A mudança dos carros de corrida Mitsubishi de modelos de passeio
para monopostos, em 1966, se deveu a alguns fatores: a entrada da
Honda na Fórmula 1, a construção do primeiro carro de fórmula
japonês e o maior interesse pelas competições com esse tipo de
carro. O primeiro foi o Colt F3A (foto), com chassi inédito de
aço, tubular, e motor de 997 cm3, comando no cabeçote, dois
carburadores e 90 cv a 8.000 rpm. No GP do Japão daquele ano já
vencia, com Osamu Mochizuki, batendo Lotus e Brabham, o que se
repetiria na maior parte da temporada.
No ano seguinte, o Colt F2A portava um motor de 1.589 cm3 e 160
cv, o R46. Foi em 1967 que os monopostos se tornaram uma categoria
oficial no Japão. Mochizuki e Osamu Masuko ficaram com as duas
primeiras posições, na ordem, do GP japonês. Com o Colt F2B, de
1968, surgia o primeiro motor Mitsubishi exclusivo para as pistas,
o R39. Com duplo comando e quatro válvulas por cilindro, gerava
220 cv e permitia chegar a 260 km/h. Com quatro unidades no quinto
GP do Japão, a dobradinha se repetiu. Entre os competidores estava
o de motor rotativo da Mazda. Mais três vitórias do F2B viriam,
assim como a primeira participação no exterior, no GP de Macau.
A evolução do projeto em 1969, o F2C, trazia asas na carenagem. No
JAF Grand Prix um deles chegou em 3º, posição repetida em Macau, a
principal corrida. O Colt F2D de 1970 já trazia o novo motor R39
Mk 2, com 240 cv, para mais de 250 km/h. Seus radiadores nos dois
lados do |

chassi se tornariam padrão em monopostos de corrida. No JAF GP até
Jackie Stewart foi piloto convidado, prova de como crescia a
popularidade do evento. Stewart comandou o show em seu Brabham,
mas Kuniomi Nagamatsu, da Mitsubishi, chegou em 3º, além de
liderar a Classe 1.
O último monoposto original de corrida da Mitsubishi foi o Colt
F2000, baseado no chassi do F2D, com melhor aerodinâmica. Seu
motor de 1.994 cm3 e 16 válvulas era o primeiro 2,0-litros da
marca, com 280 cv e máxima de 290 km/h. No GP do Japão, Nagamatsu
e Masuko levaram a platéia ao delírio com 1º e 2º lugares, na
ordem — o primeiro GP ganho pela Mitsubishi. Embora o motor R39B
tenha continuado a ser fornecido para clientes particulares, a
marca decidiu abandonar as pistas no auge, concentrando-se apenas
nos ralis. Foi uma grande despedida para a Mitsubishi, que não
voltaria a produzir monopostos. |