O sucessor do lendário R5 Turbo: o Clio Sport V6, que colocava o motor 3,0 do Laguna no lugar do banco traseiro e despejava no asfalto 230 cv, para 0-100 em 6,4 segundos

Três anos depois da mudança de geração, o Clio ganhava novo visual: em abril de 2001 a frente assumia um estilo inspirado no do luxuoso Vel Satis, com grandes faróis triangulares. O interior estava mais refinado, com painel reformulado, e havia itens como faróis de xenônio, computador de bordo e assistência elétrica da direção. Agora todos os motores a gasolina tinham quatro válvulas por cilindro — exceção ao de entrada, de 1.149 cm³ e 59 cv — e surgia o turbodiesel de 1.461 cm³, com injeção eletrônica de duto único e 80 cv.

No Salão de Genebra de 2002 era a vez do esportivo Clio RS, idealizado para competir no Grupo N de rali, mas com versão de rua. Em cor exclusiva (azul Mundial), trazia defletores dianteiro e traseiro, rodas Speedline e apliques em azul no painel e volante. O peso caía com a eliminação de ar-condicionado, bolsas infláveis laterais, ABS e faróis de xenônio. O motor permanecia o 2,0 16V de 172 cv, capaz de levá-lo de 0 a 100 km/h em sete segundos.

Frente e interior da linha Clio eram modernizados em 2001, mas o V6 demorou mais dois anos para se uniformizar; recebia ainda rodas de 18 pol e mais 25 cv

Demorou um pouco mais até que o Sport V6 fosse uniformizado à linha: só em setembro do mesmo ano adotava os novos desenhos da frente e do painel. Vinha também com rodas de 18 pol, câmbio de seis marchas e — por que não? — ainda mais vigor sob o pé direito do motorista: passava a 255 cv, mantendo o torque máximo. Para domar a cavalaria, a suspensão era reformulada e os pneus tinham as medidas 205/40 à frente e 245/40 atrás. Um ano depois, na linha 2004, o esportivo de 172 cv ganhava mais 10, sendo denominado Sport 182. Trazia também rodas de 16 pol com pneus 205/45 e pára-choque traseiro com duas saídas de escapamento, inspirado no do V6. O 1,5 turbodiesel chegava a 100 cv.

Com a terceira geração do Clio pronta para estrear, a versão 182 recebia em maio de 2005 uma série limitada de despedida, a Trophy, com 500 unidades à venda apenas no Reino Unido e na Suíça. Na cor vermelha, tinha defletor traseiro igual ao do V6, bancos Recaro Sport Trendline, suspensão mais firme baixa e rodas Speedline extraleves. Finalmente, no mês seguinte era revelada a terceira geração do Clio, com apresentação pública em setembro no Salão de Paris.

O duplo escapamento fazia o Clio RS, de 182 cv, lembrar o V6; a série especial Trophy (na foto de abertura deste artigo) marcava a despedida do esportivo de segunda geração

O Clio no Mercosul   A Renault sempre teve mercado cativo na Argentina, onde iniciou a montagem de automóveis em 1960 e os fabrica desde 1967. Entre seus modelos de sucesso estiveram o 11, o 19 e o 21 — os dois últimos vendidos também no Brasil na década de 1990, beneficiando-se do comércio isento de imposto de importação gerado pelo Mercosul. E foi esse o caminho que nos trouxe a primeira geração do Clio, em 1996. Vinha em versões RL e RT, esta mais luxuosa, ambas com um motor de 1.565 cm³, comando de válvulas no bloco e 76 cv já conhecido do 19. Fato curioso é que se tratava de um "gêmeo" do Ford CHT —, ambos derivados de uma antiga unidade da Renault —, mas o da marca francesa tinha 10 cm³ a mais.

Apesar de suas qualidades, o primeiro Clio não emplacou bem por aqui. Além de enfrentar forte concorrência, parte dela com projetos mais recentes — como Corsa e Palio —, faltava-lhe um motor de 1,0 litro, para competir no segmento que já representava a maioria dos novos carros vendidos na época. Com a inauguração da fábrica da Renault em São José dos Pinhais, PR, começavam em março de 1999 as vendas da minivan Scénic. O segundo produto nacional não demoraria a chegar: o Clio de segunda geração, apresentado em novembro do mesmo ano.
Continua

O primeiro Clio passou a vir da Argentina em 1996, em duas versões, ambas com um motor 1,6-litro similar ao antigo Ford CHT

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