Para acomodar o propulsor maior, a distância entre eixos crescia 75 mm e a frente era remodelada. A BMW aproveitou para fazer uma bem-vinda cirurgia plástica, com a qual ganhou um ar mais encorpado, que mereceu o apelido de "nariz de tubarão" pelos aficionados pela marca. Os faróis eram quatro circulares, um padrão que seria mantido por décadas, e havia saídas de ar nas laterais, à frente das portas. Rodas maiores e pneus mais largos também contribuíam, além da estabilidade, para a aparência.

Uma frente mais comprida e elegante, com quatro faróis, e o novo motor de seis cilindros e 2,8 litros: estava pronto o 2800 CS, que corrigia as falhas do 2000

O interior, se não chegava a ser luxuoso, mostrava-se funcional e bem-acabado. Os bancos, revestidos em couro, tinham amplos apoios laterais, encosto reclinável e apoios de cabeça ajustáveis nos dianteiros; atrás vinha um apoio de braço central. O volante de três raios usava aro de madeira e os quatro vidros tinham comando elétricos. Ao abrir o porta-malas, um detalhe agradável que também seria comum na marca: o jogo de ferramentas bem acessível junto à tampa. A lista de opcionais passava por ar-condicionado, câmbio automático, teto solar com comando elétrico ou manual e rádio. As rodas de alumínio calçavam pneus Michelin radiais, em medida 175/80 R 14 H, e a direção era assistida.

A concorrência, é verdade, oferecia modelos muito interessantes. Pelo preço do 2800 CS nos Estados Unidos compravam-se Mercedes-Benz 280 SL, Jaguar E-type ou Porsche 911 E, sendo os dois últimos mais rápidos em aceleração que o BMW. Mas isso não abalou o prestígio do cupê bávaro: logo tornou-se um carro muito desejado, tendo proprietários ilustres como Bob Dylan, Paul Williams e Peter Fonda, além dos pilotos de competição da empresa.

Além do interior bem-acabado e funcional, o novo cupê conquistava pelo comportamento: "é muito mais estável que qualquer outro", disse uma revista americana

A imprensa mostrou euforia pela novidade. A revista americana Car and Driver considerou-o "um carro que rende enormes dividendos em prazer de dirigir" e ao qual era "praticamente impossível se equiparar, em qualquer lugar do mundo automobilístico". A concorrente Road & Track destacou: "É muito mais estável e balanceado que qualquer outro em que possamos pensar, e não há nada que se aproxime remotamente do 2800 CS por menos dinheiro". Mais tarde ela diria que o motor "produzia alguns dos mais deliciosos ruídos mecânicos conhecidos pelo homem". Nem Playboy deixou de destacar "um nível de qualidade do acabamento quase desconhecido nas linhas de produção dos fabricantes". Continua

Fazendo arte
Os Art Cars (carros de arte) são uma coleção de automóveis de grande relevo na história da BMW, com pinturas ousadas feitas por pintores renomados. O programa teve início em 1975, quando o piloto francês Hervé Poulain estreou na 24 Horas de Le Mans. Buscando uma ligação entre arte e carros de corrida, pediu a seu amigo americano Alexander Calder que elaborasse uma pintura especial para seu CSL de 3,5 litros, já da série "Batmóvel". Calder usou cores fortes, como amarelo e vermelho, em motivos que tomavam toda a carroceria (foto superior).

No ano seguinte outro CSL passou pelas mãos de Frank Stella, que optou por uma decoração mais sóbria (embaixo), em branco, preto e cinza, com motivos quadrados. Desde então, 13 outros modelos de competição da BMW participaram de processo semelhante, o que rendeu exposições em museus e uma interessante publicidade para a marca.

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