Por dentro, apesar de não trazer materiais nobres, o A310 era correto e agradável. Misturava sobriedade com um ar esportivo. O volante de três raios metálicos tinha boa pega e o painel de fundo claro incluía conta-giros, voltímetro e marcadores de pressão e temperatura do óleo. Na frente, para os dois ocupantes, a posição era baixa e os bancos confortáveis, com desenho esportivo. Apesar de ser considerado um 2+2, era melhor levar pequenas bagagens atrás, pois o compartimento dianteiro não era generoso para elas.

Console volumoso, painel completo, bancos amplos e baixos, volante de três raios: o interior do Alpine era típico de um esportivo

O acesso ao compartimento do motor era pouco comum: abria-se o vidro traseiro, sustentado por uma mola a gás, e este encobria outra tampa que dava acesso ao propulsor. Alguns diziam que o A310 havia nascido com coração fraco, mas que batia bem. Em posição longitudinal traseira, o motor herdado da berlineta tinha quatro cilindros em linha, 1.605 cm³, potência de 127 cv a 6.250 rpm e torque máximo de 15 m.kgf a 5.000 rpm. O bloco era em ferro fundido e o cabeçote em alumínio. Usava comando de válvulas no bloco, dois carburadores de corpo duplo Weber e alta taxa de compressão, 10,3:1. Essa motorização era conhecida como 1600 VE.

O Alpine fazia de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos e atingia velocidade final de 210 km/h, ótimos números para um esportivo do início da década de 1970, sobretudo em vista da pequena cilindrada. A tração traseira e o câmbio de cinco marchas, com uma alavanca no assoalho alta e de boa empunhadura, contribuíam para aproveitar a potência disponível em favor do prazer de dirigir, mesmo o conjunto sendo 200 kg mais pesado que o do irmão mais velho: o peso total era de 825 kg.

Atrás dos bancos dianteiros, de encosto alto, podiam-se levar duas crianças sem muito conforto -- ou a bagagem que não coubesse no pequeno porta-malas dianteiro

As suspensões dianteira e traseira tinham rodas independentes com braços sobrepostos, molas helicoidais e estabilizador. Os pneus dianteiros usavam a medida 165 HR 13, e os traseiros, 185 HR 13, boa solução diante do peso concentrado no eixo posterior. As rodas em alumínio eram bonitas. O pequeno A310 honrava a tradição de ser muito ágil em curvas, sendo que no limite saía de traseira, como apreciam os mais habilidosos. O volante, leve e pequeno, era muito obediente na condução esportiva. Os freios dianteiros e traseiros já usavam discos e duplo circuito, da marca Bendix, sendo os dianteiros ventilados. Continua

Para ler
Alpine A310 - por Fréderick Lhospied, editora ETAI. Refere-se somente a um dos modelos da série, mas é também completo e detalhado.

Les Renault Alpine GTA de L’espoir au désespoir - por Fréderick Lhospied, editora ETAI. O mesmo autor, um apaixonado pela marca, escreveu o livro sobre o GTA "da esperança ao desespero". Merece atenção, pois trata em detalhes a trajetória de um modelo que poderia ser uma referência, se fosse dada a atenção merecida a uma das marcas de maior prestigio da França no período.
Le guide de L’Alpine A310, 4 et 6 cylindres - por Guillaume Maguet, editora ETAI. Conta em 144 páginas em francês a história e a evolução dos esportivos, traz dicas para identificação e manutenção. É rico em detalhes como cuidados com os freios, técnicas de regulagem de motor e preparação.

Auto Passion. A revista fez numerosos especiais sobre os Alpines. Logo na capa, o interessante "manual do apaixonado" destaca que a tiragem limitada se refere desde a primeira berlineta ao último A610. A mesma revista produziu um livro sobre o A310 com testes, história e sua passagem na competição. Anos mais tarde fez o mesmo roteiro para o V6 GT e o V6 Turbo.

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