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Sedã esportivo à italiana

Desenhado para o mercado nacional, o Alfa Romeo 2300
teve imagem marcante e uma história de pioneirismo

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Do motor com duplo comando de válvulas aos pneus radiais, do câmbio de cinco marchas ao desempenho notável para seu tempo, sem esquecer o estilo em sintonia com o do Alfa Romeo 2000 na Itália, o FNM 2000 JK — depois chamado apenas de FNM 2000 e, mais tarde, 2150 — representou um importante marco para a indústria brasileira de automóveis ao ser lançado, em 1960. Decorrida mais de uma década, porém, seu apelo já não era o mesmo.

Nosso mercado crescia a passos largos, chegando à produção anual de meio milhão de veículos. Os novos carros, antigamente trazidos para cá quando saíam de linha nos países de origem, agora estavam atualizados com os do Primeiro Mundo — a General Motors até lançaria aqui, em 1973, o Chevette seis meses antes da Opel alemã. No segmento de carros mais luxuosos, modelos como Ford Galaxie/Landau, Dodge Dart/Charger e Chevrolet Opala representavam o que de melhor a indústria nacional tinha a oferecer. Só uma marca parecia alheia a toda essa evolução: a FNM, Fábrica Nacional de Motores, com seu antigo sedã.

Em vez de trazer um projeto italiano, como o FNM 2000, a empresa desenvolveu aqui o modelo 2300, que estreava em 1974 com inovações como os freios a disco nas quatro rodas

A monotonia, porém, estava por terminar. A empresa sediada no distrito de Xerém, no município de Duque de Caxias, RJ, desenvolvia um sucessor para o veterano 2000/2150, desta vez com desenho individual, não a simples cópia de um modelo italiano. Seu nome traria a aura de esportividade da marca fundada em 1910 em Milão, a Anonima Lombarda Fabbrica di Automobili: Alfa Romeo 2300.

Ao ser lançado, em março de 1974, o novo Alfa brasileiro impressionou. Inspirado no dos italianos, como o Alfetta de 1972, seu estilo refletia as tendências européias da década, com predomínio de linhas retas, ampla área envidraçada e uma traseira alta e imponente. Na frente, os quatro faróis circulares — "marca registrada" da empresa iniciada com o modelo 2000 Sprint — acendiam-se em simultâneo no facho baixo e vinham incrustados a uma ampla grade preta, que trazia ao centro o elemento identificador da Alfa. As laterais eram simples, sem adornos, e as pequenas lanternas traseiras (já com seção em cor âmbar para as luzes de direção, o que só seria obrigatório no País 10 anos depois) acentuavam o tamanho externo do porta-malas.

O novo motor de 2,3 litros tinha, como os anteriores, duplo comando e câmaras
hemisféricas; com potência bruta de 140 cv, dava bom desempenho ao sedã

Por dentro, o 2300 exibia um ar esportivo característico da marca, como o volante de três raios metálicos, cujo aro de plástico simulava madeira, e os bancos dianteiros individuais, reclináveis e com encostos de cabeça opcionais. O painel trazia um amplo conta-giros — tradição iniciada em 1960 — posicionado de modo que, no regime de potência máxima, o ponteiro estivesse na vertical para ser notado pela visão periférica do motorista. Outros equipamentos eram manômetro do óleo, lavador do pára-brisa (por bomba de pressão) que acionava o limpador, apoio de braço central no banco traseiro e cintos de três pontos para quatro ocupantes. Rádio com antena elétrica, vidros verdes e ar-condicionado eram opcionais. Continua

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Data de publicação: 11/11/06

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