O
empresário Marcelo Luporini era o importador oficial da Volvo no
Brasil. Seu principal negócio era trazer da Suécia caminhões e
chassis de ônibus. As carrocerias dos ônibus eram feitas pela
Carbrasa, que ficava na Avenida das Bandeiras (hoje Avenida
Brasil), na altura de Parada de Lucas, no Rio de Janeiro. |
E foi por conta dessa experiência que nasceu um Volvo de passeio
"quase brasileiro". No meio da década de 1950, havia restrições
cada vez maiores à importação de carros.
Além de incentivar o
surgimento de uma indústria nacional, isso evitava a evasão de
divisas. A
Volvo do Brasil então importou chassis do PV445 e a Carbrasa criou
para eles uma carroceria exclusiva, desenhada e produzida em
Parada de Lucas. O resultado foi uma pequena perua de duas portas,
com a frente rechonchuda dos Volvo de passeio comuns e uma
traseira retilínea, semelhante à das Dodges Station Wagon.
Observa-se nas fotos como a carroceria nacional era bem diferente
da sueca Duett. A porta traseira, por exemplo, abria-se
horizontalmente e não na vertical. As linhas da lateral também
eram bem distintas. A mecânica, porém, era
a mesma. |
Encontrei
uma dessas peruas, em péssimo estado (ao lado), em um
ferro-velho da via Dutra no começo do ano passado. Temendo
que a raridade se perdesse, contatei aficionados por carros
antigos (em especial da marca sueca) em busca de um
interessado na adoção. Soube que alguém de São Paulo, talvez
do Volvo Auto Clube-Brasil, salvou a PV445 da morte certa,
mas não sei quem foi o salvador ou como anda a restauração,
se é que foi feito algum serviço. Se o leitor tem notícia
dela, por favor contate-nos.
Sabe-se da existência de apenas outra sobrevivente, comprada
por Eduardo Souza Ramos, da Mitsubishi, cujo pai era diretor
da Carbrasa.
Jason Vogel |
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