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Carros do Passado

Todas essas novidades elevaram o moral da engenharia da empresa a ponto de criarem o primeiro motor de 16 cilindros em "V" para automóveis do mundo. O projeto começara em 1926. Outro fabricante de enorme prestígio da época, Bugatti, já havia criado em 1917 um motor de configuração parecida, o U16. Feito para avião, unia dois conjuntos de oito cilindros sobre um cárter comum, formando um “U”. O movimento dos dois virabrequins chegava à árvore da hélice por meio de uma pequena caixa de transmissão.

O V16 foi o primeiro automóvel de série com 16 cilindros. Este é um modelo Sport Phaeton, conversível de quatro portas, de 1931 Clique para ampliar a imagem

A aeronáutica militar americana, então um braço do Exército, também tentara desenvolver um motor de 16 cilindros com o pequeno fabricante Marmon (leia boxe), mas preferiu conceder o contrato à Duesenberg. A Primeira Guerra Mundial acabou e o projeto foi engavetado. Então, Lawrence Fisher, que dirigia a Cadillac na época, chamou o experiente Owen Milton Nacker para desenvolver o propulsor V16 para uma “suposta” linha de ônibus e um igualmente fictício (na época) motor V12. Muito segredo envolveu o projeto.

Ainda em 1926, Fisher conheceu alguém que contribuiria muito para o projeto do V16, a Cadillac e a própria General Motors: o célebre projetista Harley Earl, que mais tarde criaria clássicos como a linha Cadillac 1959. Impressionado com o trabalho de Earl numa concessionária de São Francisco, Fisher fez dele seu consultor. Foram à Europa para estudar estilo de automóvel em 1927, mesmo ano em que a empresa criava pelas pranchetas de Earl a divisão LaSalle, uma linha intermediária entre a Buick e a Cadillac. Em 1928, o estilista abria o setor Arte & Cor, que se tornaria o departamento de estilo da GM.


Um protótipo do V16: o projeto envolveu tanto segredo que até
Owen Milton Nacker foi chamado, supostamente, para desenvolver um motor para ônibus. O resultado não surpreendia só pela ousadia e o desempenho, mas também primava pela beleza

Nasce o V16   Marcas como Rolls-Royce, Hispano-Suiza e Isotta-Fraschini foram fortes influências européias na criação do V16. Embora primasse pela elegância e discrição, esteticamente era majestoso, com suas dezenas de carrocerias dos estúdios afiliados Fleetwood e Fisher. Cada carro vinha praticamente personalizado — uma exigência da classe abastada da época —, tamanha a quantidade de opções de estilo e detalhes. Contudo, ele cumpria seu propósito de oferecer o melhor dos mundos bem além dos aspectos visíveis aos olhos. Continua

A Marmon
Era um mundo bem mais democrático para fabricantes de automóveis de luxo. Nomes como Duesenberg, Packard, Auburn, Cord, Pierce-Arrow e Stutz figuravam entre as mais nobres marcas do mercado americano. Além da Cadillac, apenas Lincoln e Chrysler permanecem em atividade. Mas outro desconhecido fabricante se destacou na categoria: a Marmon.

Com seu Sixteen, a empresa desafiava mais uma vez a Cadillac. Em 1916, num Marmon 24, o time de pilotos da casa já havia feito o percurso transcontinental dos EUA em menos de seis dias, 41 horas a menos que outro Cadillac, o do lendário Cannon Ball Baker. O novo motor V16 de 1931, lançado no embalo das boas vendas antes da queda da Bolsa de 1929, com 8,05 litros e 200 cv, só tinha um defeito: um mercado pós-1929 nada receptivo para carros de mais de 5.000 dólares.

Com válvulas no cabeçote, o motor pesava apenas 422 kg por ter bloco, cabeçotes e cárter de alumínio, gerando uma ótima relação peso-potência. O V tinha 45° também. Meras 400 unidades foram feitas até que a Marmon deixasse de fabricar carros, em 1933. Hoje têm valor inestimável.
As carrocerias
Eram tantas opções de personalização, que é um trabalho inútil tentar catalogar todas as carrocerias produzidas para o V16, especialmente os de 1930-1931. Muitos já se perderam, dificultando ainda mais a pesquisa. Mas havia três grupos básicos de estilo Fleetwood naqueles anos, um deles o de código 41, o chamado Madame X (leia boxe). Os estilos iniciados pelo número 42 traziam soleira da porta em variações de desenho curvo chamado de coach sill (soleira de coche).

O mais acessível, código 43, era caracterizado por uma moldura curva do topo do capô à soleira da porta dianteira, que tinha a decoração reta da soleira repetida em todas as portas. Além das opções normais e personalizadas da Fleetwood e Fisher, que contribuiu discretamente com poucas unidades, vários estúdios americanos e europeus criaram carrocerias especiais. Entre eles Murphy, Waterhouse, Saoutchik, Van den Plas e Pininfarina. Um curioso acabamento 4264B oferecido pela Fleetwood cobria a traseira do carro com um trama de palha semelhante à usada em móveis. Só três foram fabricados.

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