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Carros do Passado

O motor dianteiro, refrigerado a água, de quatro cilindros em linha, tinha válvulas no cabeçote e comando no bloco, 1.302 cm³ (72 x 80 mm) e potência máxima de 32 cv a 3.200 rpm. Era apoiado em coxins flutuantes do tipo mola helicoidal, sendo chamado de moteur flottant, ou motor flutuante. Por este artifício mecânico, suas vibrações não eram sentidas na cabine. A tração dianteira tinha cardã com juntas Spicer.

O assoalho plano em toda a cabine contribuía para o conforto. Atrás, a curiosa solução de rebater o estepe para acesso ao porta-malas

A caixa de câmbio de três marchas, com as duas últimas sincronizadas, ficava à frente do motor, bem perto da bonita grade dianteira. A alavanca no centro do painel deixou herança, tendo o mesmo posicionamento no futuro 2CV. Era apelidada de "rabo de vaca" por seu posicionamento para baixo e à direita. O painel com mostradores da famosa Jaeger incluía velocímetro, relógio, amperímetro e marcadores de nível de combustível e pressão de óleo. Diante deles, o volante de três raios de desenho simples. Ainda, um porta-luvas em cada extremidade. Nos primeiros modelos o limpador de pára-brisa era acionado a vácuo, depois substituído por um elétrico.

O avançado Citroën podia transportar com conforto cinco pessoas, que tinham à disposição ótima área envidraçada para a época. O assoalho era plano à frente e atrás, por não ser necessário o túnel de transmissão que todo automóvel a seu tempo possuía. O tanque de combustível, com capacidade para 35 litros, tinha um bocal de cada lado do estepe.

O modelo 22, com motor de oito cilindros e 3,8 litros, prometia grande desempenho, mas a falta de verbas levou a marca a descartar o projeto

A parte mecânica era o ponto alto do 7A em termos de inovação. Os freios, a tambor, tinham comando hidráulico em vez de a cabo. Mas, como o motor não se mostrava muito adequado, já em julho o modelo 7B era lançado, com 1.529 cm³ (78 x 80 mm) e 35 cv a 3.200 rpm. Este, sim, era capaz de atingir 100 km/h, como previsto no projeto. Continua

Oito cilindros

No Salão de Paris de 1934, ao lado dos modelos convencionais, era apresentado um protótipo de um Traction com oito cilindros e carroceria conversível. De cor vermelha e capota branca, seu interior era mais luxuoso e o acabamento mais refinado. Por fora o capô era mais longo, os pára-lamas mais envolventes, os pára-choques duplos, faróis embutidos na carroceria e, no centro da grade, um 8 bem visível.

O motor tinha 3.822 cm³ (78 x 100 mm, como no 1,9 e no 2,8), válvulas no cabeçote (primazia mundial em um V8) e potência estimada em 100 cv. Nos  testes superou os 140 km/h. Um modelo de quatro portas também foi apresentado. Não passaram de protótipos, porém: a produção foi descartada por questão de custos. Como alguns foram convertidos em modelos 11 e vendidos, os poucos que ainda existem com o V8 estão bem escondidos.

Nas telas
O filme Fugindo do Inferno (The Great Escape, 1963) com Steve McQueen, narra a história de um grupo de prisioneiros no final da Segunda Guerra Mundial. Numa cena já no final do filme, um Traction se aproxima de um bar onde estão três alemães tomando um aperitivo. O carro pára e, de dentro, um oficial da resistência francesa metralha os inimigos, sendo que logo após o carro sai em disparada. Um cena muito bem filmada.

Em Ladrão de Casaca (To Catch a Thief), filme de 1955 do grande Alfred Hitchcock, estrelado por Cary Grant e a linda Grace Kelly, o Traction dos policiais franceses aparece no filme do princípio ao fim, sempre em perseguição ao ladrão refinado. Ambas as fitas, de gênero diferente, merecem ser vistas.

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