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Carros do Passado

Em 1954 começava a ser montado pela Willys-Overland brasileira, após dois anos da inauguração da unidade em São Bernardo do Campo, SP, onde hoje fica a Ford. O primeiro CJ realmente nacional só apareceu em 1957 — era o modelo CJ-5, ou Universal, de linhas mais arredondadas. O nome Universal foi usado por uma questão de marketing da Willys, para diferenciar do modelo 101 e também porque sua valentia era conhecida em praticamente todo o planeta.

Um pioneiro: o Jeep Universal, versão nacional do CJ-5, enfrentava as condições difíceis do interior do Brasil e servia até como veículo de auto-escola

Nesse tempo o Jeep tornou-se o veículo de auto-escola por excelência, certamente por seus atributos de robustez e de preço relativamente baixo. A quantidade deles nos dias de exame de direção chegava a impressionar. Mas à medida em que o Fusca se popularizava, sobretudo depois que começou a ser produzido aqui em 1959, o Jeep foi perdendo terreno nessa inusitada e inadequada aplicação.

O novo jipe era equipado com o motor de seis cilindros em linha BF-161, de 2,6 litros, potência bruta de 90 cv e torque de 18,67 m.kgf, o mesmo que equipou por anos o Aero-Willys. Foi o primeiro bloco de motor a gasolina fundido no país, na cidade de Taubaté, SP, em unidade que também pertence à Ford atualmente. O câmbio era manual de três marchas, com a primeira ainda "seca", sem sincronização.

Simples e desconfortável, mas muito robusto e confiável: a publicidade da
Willys-Overland o definia como "um trator leve" e "de grande utilidade"

Saindo do câmbio, a transmissão às rodas era complementada pela caixa de transferência com reduzida; a tração era traseira permanente e 4x4 temporária. O comando era feito mediante duas alavancas no assoalho: uma, maior, para o engate de tração dianteira e outra, menor, para a reduzida. Os mais habilidosos curtiam passar de normal para reduzida e vice-versa com o veículo em movimento, por meio da mesma técnica usada nos câmbios sem sincronização (dupla-embreagem e usar o motor para igualar as rotações dentro da caixa).

Uma das peculiaridades do Jeep era o tanque de combustível diretamente sob o banco do motorista, fora do alcance de pedras e outros objetos do caminho. Essa singular solução, só que sob o veículo, seria vista quase 50 anos depois no Honda Fit. Dirigi-lo era divertido, principalmente com o pára-brisa todo basculado para frente. Uma espécie de brinquedo de gente grande. Como na época cinto de segurança era coisa só de avião, andar solto dentro do Jeep não era exemplo de rodar seguro.

Nesta vista em corte, parte do chassi do Jeep, o interior rústico e a ótima solução do tanque de combustível sob o assento do motorista, protegido de pedras e obstáculos que atingissem a parte inferior

Atenta às novas possibilidades de utilização para o Jeep, em 1962 a Williys lançava o modelo CJ-6, ou 101, conhecido popularmente como Jipão ou Bernardão, apelido alusivo à cidade de São Bernardo do Campo. Era disponível com duas ou quatro portas e assentos para seis passageiros. Quando esses assentos não eram utilizados, podiam ser removidos para o transporte de carga ou bagagem. Possuía também o  pára-brisa basculante. Continua

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