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Carros do Passado

Em 11 de julho de 1941 o exército enviava uma solicitação a 135 fabricantes de automóveis. Estipulava um prazo de entrega de 49 dias para um protótipo e de 75 dias para a entrega de 70 veículos para testes. As especificações do governo eram de veículo com tração 4x4, carroceria em aço estampado de fácil fabricação, capaz de carregar três passageiros e uma metralhadora, com peso máximo de 650 kg, para que um soldado pudesse erguer uma das extremidades quando necessário, e carga útil de 300 kg.

O BRC-40 (à esquerda) e o BRC-60 da Bantam, já na fase de produção

A Bantam e a Willys-Overland foram as únicas companhias que responderam ao pedido do governo, mas o prazo final de 49 dias para a entrega do protótipo era a pedra no sapato da Willys. Ela pediu 75 dias para entregar o primeiro protótipo e 120 dias para os veículos de testes. O pedido foi recusado pelo governo. Como o prazo de entrega foi mantido pela Bantam, ela acabou ganhando o contrato. No dia 17 de julho de 1941, os engenheiros começaram a trabalhar dia e noite em cima do projeto, pois faltavam apenas seis dias para o prazo final estipulado pelo exército se encerrar.

O primeiro protótipo, feito à mão pela Bantam, estava completo e rodando em 21 de julho, satisfazendo o prazo de 49 dias exigidos. No dia seguinte a Bantam apresentava o projeto completo e o protótipo, chamado de Blitz Buggy. Finalmente, a 23 de julho, era apresentado o primeiro Jeep com o desenho que conhecemos até hoje.

O Quad, de 1940, foi a proposta da Willys para atender aos exigentes requisitos do governo, que estabeleciam peso máximo, capacidade de carga e outros parâmetros

O exército rodou mais de 5.500 km e concluiu que o "veículo demonstrou ampla potência e todos requisitos para o serviço". A Willys apresentou logo depois dois veículos para testes. Denominados Quad, tinham tração nas rodas traseiras ou nas quatro. Depois da Willys foi a vez da Ford, que apresentou o Pygmy. Continua

Jeep contra Kubelwagen
Como todo soldado, o Jeep tinha seu oponente na Segunda Guerra Mundial: o Volkswagen Kubelwagen (foto ao lado). Eram radicalmente diferentes e o alemão tinha quase 60% menos de potência (25 cv) que o americano, além de ter tração traseira apenas. Suas únicas vantagens eram o motor refrigerado a ar, uma complicação a menos nas condições extremas de uso na frente de batalha, e em determinadas condições melhor mobilidade, devido ao fundo plano, sem as protuberantes carcaças dos diferenciais do Jeep.

O diferencial autobloqueante do Kubelwagen de certa maneira compensava a falta da tração 4x4, mesmo com o pequeno motor de 1,1 litro. Mas havia uma questão que deixava os soldados e oficiais perplexos: para onde quer que olhassem viam um Jeep — resultado de 600.000 de um contra 52.000 do outro. Coisa do poderio industrial americano voltado para a produção bélica.

Bob Sharp

Na música
Manuel o Audaz, a famosa música de Toninho Horta, foi feita em homenagem a Manuelzão, personagem de Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas. Só que o Audaz, no caso, era um Jeep amarelo, que enfrentava os sertões de Minas Gerais com galhardia e levava a turma (Wagner Tiso, Lô Borges, etc.) para tudo o quanto era canto. A música saiu no segundo disco de Horta, em 1981.

Francis Castaings

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