Paris foi mais uma vez palco de um lançamento da linha 250 em 1954. Dessa vez chegava o 250 GT, bastante semelhante ao MM. Os 240 cv a 7.000 rpm ecoavam o modelo mais antigo. Usava três carburadores Weber 36 DCZ/3 no propulsor derivado de Colombo (com curso curto), tinha compressão de 8,5:1 e a suspensão dianteira trazia molas helicoidais. Pesava 1.050 kg e tinha entreeixos intermediário de 2,60 m.

A elegância era a nota dominante do 250 GT de Pininfarina, um sóbrio três-volumes, que depois receberia freios a disco e câmbio com overdrive

O ano de 1954 guardava mais surpresas para a série. Variação do 750 de mesma versão para corridas, o 250 Monza trazia o V12 de 240 cv dos demais modelos 250. Somente quatro foram feitos em 1954. Por sua vez, o 250 GT rendeu 40 carros a mais, fabricados até janeiro de 1956. E foi nesse ano que o GT recebeu outra atualização, com o mesmo motor Colombo otimizado para produzir 220 cv a 7.000 rpm. O palco do espetáculo era novamente o Salão de Genebra.

O mercado responde   A evolução do 250 GT começou com a caixa de quatro marchas sincronizadas, mais tarde recebendo overdrive. Outro acréscimo seriam os freios a disco, primeiro como opcionais e mais tarde como itens de série. Desenhado por Pininfarina, ele tinha o vidro traseiro envolvente do MM, mas numa carroceria três-volumes. Se a intenção era criar um fastback, a traseira ficou pronunciada em excesso. Continua

Nas telas
Se a sorte existe mesmo, ela certamente está do lado de Ferris Bueller. Esse adolescente paparicado, boa-vida e malandro conquistou platéias de cinema em todo o mundo com suas estripulias por Chicago, ao lado do amigo Cameron e da namorada Sloane, em pleno dia de aula.

Interpretado por Matthew Broderick, Ferris era o protagonista de Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off), comédia adolescente de John Hughes de 1986 que se estabeleceu como uma das melhores e mais emblemáticas daquela década. E o que Ferris tem a ver com o Ferrari 250?

Bem, simplesmente ele consegue convencer Cameron a "pegar emprestado" o 250 GT California 1961 de seu pai para uma "volta" pela cidade (foto) enquanto cabulam aula. Isso depois de se passar por doente, com tantos requintes dramáticos que até os colegas começam a pedir dinheiro para salvá-lo. O pai do amigo, mais interessado no carro que levou três anos reformando do que no complicado garoto, nem desconfia de tudo o que eles aprontam até o carro sofrer um acidente insólito no fim do filme.

E Hollywood teria a coragem de destruir um clássico tão raro quanto esse? Felizmente, não. Sobrou para um dublê, um MGB disfarçado de Ferrari. Mas como no cinema o que vale é a ilusão, foi o 250 California que se
tornou mais uma das personagens centrais dessa divertida ode à juventude dos anos 1980.

Vários outros filmes mostraram a fotogênica beleza da série 250. Phil Hill dirige um 250 MM Vignale Spyder em 1954 em Johnny Dark. Um 250 GT Boano Coupé aparece em Never Steal Anything Small, de 1958, com os astros James Cagney e Shirley Jones. Além da bela e talentosa Simone Signoret, um 250 GT Ellena se exibe um pouco no francês Les Mauvais Coups (1961), enquanto um 250 GT Pininfarina Cabriolet Série II prata é guiado por um ladrão de jóias fantasiado de gorila na comédia A Pantera Cor-de-Rosa (The Pink Panther, 1963), com Peter Sellers e David Niven.

O rei Elvis Presley está à frente do elenco de Viva Las Vegas, de 1964, enquanto um 250 GT LWB "Tour de France" até ofusca as atenções dispensadas à ruivinha sueca Ann-Margret. Modelos 250 GT Spyder California semelhantes ao de Curtindo a Vida Adoidado já haviam figurado em 1965 no filme Once a Thief, em que Ann divide a cena com Alain Delon, e em 1966 em Os Monstros Vão Para Casa (Monster, Go Home), este último com um GT na versão de entreeixos longo.

Até o carismático fusquinha Herbie dividiu uma cena de corrida com outro 250 GT "Tour de France" no clássico da Disney Se Meu Fusca Falasse (The Love Bug), de 1968. Só mesmo no cinema...

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