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por Iran Cartaxo 

Audi RS2: veneno eletrônico
iguala potência à da nova RS4


Possuo uma Audi RS2 Avant 1995 com 61.000 km rodados, a qual uso para viajar por estradas. Gostaria de umas dicas de preparação que me dessem velocidade final de cerca de 270 km/h e aceleração 0-100 em 5,0 s, mas que fossem fáceis de reverter.


Ricardo
São Paulo, SP

Acredite, caro leitor: não existe real amante de carros que esteja satisfeito com o automóvel que possui. Quer seja um simples popular ou um ótimo esportivo como a RS2, o dono parece que sempre gostaria de mais um pouquinho de desempenho. Então, como gostar de carros se nunca dão satisfação completa? Ora, a melhor parte da graça estar em querer mais.

Novamente vem a campo uma preparação que a tecnologia permite resolver facilmente -- o que a tecnologia não faz? Os leitores mais aficionados juntarão logo as peças do quebra-cabeça: o carro é turbo original e equipado com injeção eletrônica que controla a pressão do turbo. É como somar X + Y = chip preparado ou remapeado, como é mais conhecido. Limpo, extremamente fácil de colocar e retirar, 100% reversível.

O carro original já é bastante potente: uma perua 80 com 2,2 litros, turbo e preparação da Porsche, para 315 cv. Mas pode ficar ainda mais picante

Mas nem tudo são flores, principalmente em se tratando de um carro raro como a RS2 -- para quem não a conhece, é uma versão da perua Audi 80 preparada pela Porsche e vendida há alguns anos em série limitada a 3.000 unidades, das quais apenas 60 vieram ao Brasil.

A dificuldade começa porque o melhor remapeamento é aquele feito especificamente para o carro em questão, levando em consideração a forma de dirigir do proprietário, o combustível utilizado, a região e as condições de uso mais freqüentes. Sob este ponto de vista um chip não deveria ser comprado já remapeado, mas feito sob encomenda e com o acompanhamento do proprietário do carro.

Mas, para que o resultado seja realmente o melhor, a programação deve ser muito bem feita, com o reposicionamento de milhares de pontos das curvas de injeção e ignição. Isso é difícil de encontrar, pois a maioria dos "remapeadores" trabalham com poucos pontos e interpolam o resto, ficando a curva com pontos discrepantes do ideal. Também ajuda se o profissional já tiver experiência com o tipo de carro, o que será bem difícil de achar no Brasil para a RS2.

No entanto há solução, e uma boa solução. Pode-se adquirir um chip já previamente reprogramado de alguma preparadora européia -- as famosas tuners --, que possuem equipes bastante especializadas e produzem excelentes chips. Mesmo considerando a regulagem generalista utilizada e o fato de o chip ter sido desenvolvido para a gasolina européia, sem álcool, os resultados são muito bons.

Existem no Brasil várias importadoras e preparadoras onde tais chips podem ser encontrados ou encomendados; algumas oferecem seus chips em sites na Internet. Uma alega ter um chip desenvolvido sob encomenda em uma preparadora européia em função da gasolina premium brasileira, de alta octanagem, capaz de levar a RS2 a 350 cv, um ganho de 35 cv. A outra tem uma opção mais forte, para 380 cv (mesma potência de sua sucessora RS4), mas não comenta no site se foi ou não desenvolvido para a gasolina de alta octanagem européia.

De qualquer forma, o mundo oferece outras opções, partindo de 330 cv até 390 cv e a custos também variados, mas nenhum inferior a R$ 2.000 se importado legalmente. A maior preocupação é checar se o chip é compatível com sua central eletrônica -- carros do mesmo modelo podem precisar de chips com programações diferentes, pois os fabricantes costumam variar as posições de memória -- e se foi feito para nossa gasolina, ou pelo menos suporta sua octanagem sem problemas.

As curvas de potência (as mais altas) e de torque estimadas para a Audi RS2 original (em azul); com pressão aumentada para 1,65 kg/cm² (em roxo); com 1,75 kg/cm² (em verde); e com 1,85 kg/cm² (em vermelho)

A RS2 tem sua pressão de turbo original limitada em 1,4 kg/cm² e já dispõe de um turbo grande, dimensionado com uma certa folga. Assim, mesmo os grandes incrementos de pressão de até 0,5 kg/cm², necessários para chegar aos 390 cv, podem ser implementados sem a troca do turbo. Claro que a turbina ficará em seu limite nos regimes de giros mais altos, o que pode ser uma característica negativa para alguns, pois dá a sensação de "carro amarrado".

Nestes casos existem kits com turbos maiores que deixarão o comportamento mais livre. Filtro de ar de maior vazão e novas tubulações pressurizadas do turbo, com curvas mais suaves e diâmetro maior, também são facilmente encontrados em preparadoras européias, podendo adicionar bons cavalos e melhorar o comportamento. Pode-se adquirir também um resfriador de ar (intercooler) de maior eficiência, que traria certo ganho sobretudo nos regimes de maior pressão. O escapamento também pode ser trocado por outro com melhor geometria e maior diâmetro.

Claro, todas essas peças podem trazer até 50 cv a mais para esse carro além do que foi ganho com o chip, mas todas custam muito caro. O proprietário deve pesar bem se vale a pena em um carro que já tem e terá desempenho tão bom. Mas quais são as características que esses chips dão ao funcionamento do motor que elevam tanto a potência? 
Continua

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