
Siena: desempenho modesto com
motor 1,4 e aspereza que incomoda

Fiesta: motor de oito válvulas
que anda como os 16V, suspensão firme

207 Passion: motor suave e de
ótimo desempenho, rodar confortável

Symbol: potência e torque
superiores, suspensão macia, câmbio duro

Voyage: bem disposto em baixa
rotação, ótimo câmbio, boa suspensão |
O
Passion é o mais veloz, enquanto Symbol e Voyage aceleram e retomam
velocidade mais rápido, com o Fiesta em quarto lugar em termos gerais e
o Siena em último. O 207 também vence em algumas provas de consumo e em
outras perde para Siena e/ou Fiesta, com Symbol
e Voyage nas últimas posições (veja
resultados e análise detalhada da simulação).
O
câmbio usado pela VW no Voyage está entre as referências nacionais em maciez e precisão de
engates, verdadeiro convite a seu uso. No 207 a mudança de acionamento
(antes com varão, agora com cabos flexíveis) melhorou muito o comando
das marchas, que está em patamar tão bom quanto o do Fiesta. O Siena
fica um pouco atrás deles e o Symbol em clara última posição, já que não
houve aqui qualquer avanço em relação ao criticado Clio. O trambulador
leva a engates pesados, pouco agradáveis, e a alavanca vibra em
marcha-lenta e dá trancos conforme se usa o acelerador. Decepciona que a
Renault, após ter chegado a bom resultado em modelos como o Mégane,
tenha insistido no velho câmbio para este carro anunciado como novo.
Melhor no Ford e no Peugeot é o engate da ré, como se fosse uma sexta
marcha, enquanto no VW é preciso pressionar a alavanca para baixo e no
Renault usar um anel-trava, pois ela está na mesma posição da primeira.
Também o Fiat requer uso de anel, mas em seu caso é desnecessário porque
a ré está ao lado da quarta. Aparentemente a fábrica italiana quis
retardar o engate para preservar as engrenagens, já que a ré não é
sincronizada e arranha se aplicada antes da parada total.
Se em aspectos como o câmbio o Symbol padece por ser um Clio de roupa
nova, em se tratando de suspensão esse é um de seus trunfos. Mesmo com
os pneus de perfil mais baixo do grupo (185/55 R 15), cativa pelo
conforto de marcha, com ótima absorção de impactos. E isso não se traduz
em comportamento dinâmico deficiente: mesmo que não transmita
esportividade, é seguro e previsível nas reações. Único no grupo a
trazer suspensão traseira independente (saiba
mais), o Passion chegou a bom resultado ao somar a recalibração —
comum a toda a linha 207 — ao peso adicional do terceiro volume, que
contribui para o conforto de marcha.
É bastante estável e roda mais macio que a família 206, mas há um ponto
melhorável: transmite muito os impactos do piso, para o que concorre o
perfil mais baixo dos novos pneus, 185/60 R 15, em comparação aos
antigos 185/65 R 14.
Voyage e Siena também não agradam nesse aspecto, o
que é mais perdoável no primeiro pela medida adotada (195/55 R 15 ante
185/65 R 14 do Fiat). O VW poderia ter menor carga de amortecedores para
não copiar tanto as oscilações do piso, mas seu comportamento dinâmico é
dos melhores — bem superior ao do Fiat, apesar da calibração mais firme
que este apresenta se comparado ao de anos atrás. O Fiesta mostra o
acerto esportivo típico da marca, talvez o melhor do grupo para se andar
rápido; contudo, ganharia em conforto com molas e amortecedores mais
suaves, o que talvez fosse preferível em um pacato sedã. Um ponto em que
os cinco estão corretos é a transposição de lombadas.
Não há grande diferença nos sistemas de direção e de freios. Todos
contam com assistência hidráulica de direção, que traz peso adequado em
manobras (um pouco acima do desejável no Passion) e precisão em
velocidade, e usam a mesma combinação de freios com bom resultado. E os
cinco podem contar com sistema antitravamento (ABS), mas no 207 ele está
vinculado à opção de câmbio automático, o que não deveria acontecer.
Os faróis baixos do Siena, do tipo
elipsoidal, são muito eficientes e têm corte de facho bem definido.
Os demais usam refletores de superfície
complexa (mesmo padrão do facho alto do Fiat), sendo simples no
Symbol, um retrocesso diante do Clio, e duplo nos demais. Todos vêm ou
podem vir com unidades de neblina, mas só 207, Voyage e Symbol trazem a
luz traseira de mesma finalidade. Peugeot e Renault são os únicos com
repetidores laterais das luzes de direção; já a terceira luz de freio
equipa os cinco. Todos têm boa visibilidade de modo geral, com vantagem
para Fiesta, Symbol e Passion no uso de retrovisor esquerdo
convexo, mas as espessas colunas
traseiras do Peugeot são inconvenientes.
A exemplo do ABS, as bolsas infláveis frontais do 207 são vinculadas ao
câmbio automático, uma desvantagem diante dos oponentes, que oferecem
tais itens de série (Symbol), como opcionais livres (Voyage), em pacote
com o ABS (Siena) ou ligados a vários outros itens (Fiesta). É verdade
que o Peugeot tem a exclusividade de bolsas infláveis laterais, mas na
configuração avaliada, de caixa manual, ele não pode ter nenhuma bolsa e
isso constitui clara desvantagem. O quinto
ocupante dispõe de encosto de cabeça no Siena, mas fica sem cinto de
três pontos em todos eles.
Continua
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