
C4 Pallas: suspensão bem
acertada, mas pneus transmitem impactos

Linea: bom comportamento,
amortecedores mais firmes do que o ideal

Focus: exemplar em estabilidade
e conforto, tradição que se manteve

Corolla: comportamento melhorou,
mas amortecedores são muito duros |
O Focus ganhou fama pela suspensão capaz de associar
conforto e estabilidade como poucos — em parte pelo sistema
multibraço na traseira, mas também pelo
talento da marca em calibração. No novo modelo essa qualidade foi mantida,
apesar do ajuste mais firme. Os amortecedores de
carga alta copiam mais as irregularidades e os pneus têm perfil baixo
(de 195/60 R 15 passaram a 205/55 R 16), mas ele
ainda é mais confortável sobre piso imperfeito que os concorrentes. E, quando tem pela frente uma sequência de curvas, dá grande
satisfação ao motorista: as respostas da direção são precisas e todo o
carro se comporta como se espera, sem saída excessiva de frente ou
inesperada de traseira quando se corta a aceleração.
Os oponentes também estão em alto nível quanto a comportamento, sem
que a suspensão traseira mais simples comprometa em pisos irregulares. No entanto,
nenhum deles se iguala ao Focus em conforto. O Pallas tem pneus um tanto
duros, que chegam a trazer solavancos ao volante quando se
tomam curvas com piso ondulado; no Corolla e no Linea os amortecedores
muito firmes no início de curso prejudicam o conforto em
pequenas oscilações. A favor do C4 está a opção, ausente do carro
avaliado, de
controles de estabilidade e
tração. Fiat e Ford mostram-se os mais preparados para
lombadas.
A Toyota adotou assistência elétrica de direção, que ganhou leveza em baixa velocidade sem prejuízo da precisão em
alta, além de poupar energia do motor e dispensar o uso de fluido. A
Ford passou ao sistema eletroidráulico,
como no Citroën, e traz exclusiva regulagem de assistência em três modos (saiba
mais), que funciona bem — mas o modo mais leve poderia deixá-la
ainda mais macia em baixa. O Fiat usa assistência hidráulica
com bom resultado, mas é certo que se beneficiaria da
elétrica com dois modos usada no Stilo. Os quatro estão bem
servidos de freios, com sistema antitravamento (ABS) de série e, no caso
do C4, assistência adicional em emergência.
O Corolla SE-G traz de série faróis baixos com
lâmpadas de xenônio (os altos são
convencionais, halógenos), ajuste automático de altura de facho e
lavadores de alta pressão — conjunto que no C4 pode vir como opção, mas
não equipava o avaliado. Os concorrentes usam unidades mais simples, com
duplo refletor de
superfície complexa, e os quatro trazem
repetidores laterais das luzes de direção, terceira lanterna de freio e
faróis de neblina, mas falta a luz traseira de nevoeiro no Toyota e no
Fiat. Há ajuste elétrico do facho dos faróis no Ford e no Citroën; no
Corolla é automático.
Os quatro se parecem em visibilidade, com algum prejuízo à dianteira em
ângulo, pelas colunas mais avançadas do que em antigos projetos, e à
traseira pela altura do portamalas. Mas o Focus se destaca pela
excelência dos retrovisores externos: são ambos
biconvexos, com ótimo campo visual, em
vez dos convexos dos outros modelos. Que sirva de exemplo para toda a
indústria.
Pelos equipamentos de série, o Corolla sairia à frente
em segurança passiva por trazer, além
das bolsas infláveis frontais presentes nos quatro, as
laterais dianteiras para proteção do tórax. No entanto, pelo preço dos
carros avaliados equipam-se Linea e Pallas com as
bolsas laterais e as do tipo cortina, que protegem toda a área
lateral de vidros, além de encostos de
cabeça ativos na dianteira para o Fiat. O Focus é o mais modesto
neste quesito, apenas com bolsas frontais, um ponto a ser revisto. Todos trazem cintos de três
pontos para os cinco ocupantes, mas no C4 falta encosto de cabeça para
o passageiro central. Nota negativa é nenhum ter ancoragem
Isofix para cadeiras infantis. Continua
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