

Grande vantagem do Camry e do
Passat pelos faróis de xenônio, além de sistema autodirecional no VW; os
do Fusion ainda não iluminam bem

Fusion: rodar confortável e
tração integral de pouca utilidade no Brasil

Camry: pneus não melhoram
conforto e perdem aderência mais rápido

Passat: calibração o deixa mais
esportivo sem tornar desconfortável |

Cada um com uma
combinação diversa de conceitos (saiba
mais), os três carros apresentam boa calibração de suspensão. Fusion
e Camry são macios e bastante confortáveis, como se espera de modelos
com foco no mercado norte-americano, mas ficam distantes da imagem de
"barcas" dos velhos carros daquele país; o Passat é um pouco mais firme,
ao estilo europeu. O Toyota não absorve tão bem as irregularidades do
piso quanto se espera pelo alto perfil dos pneus, enquanto o VW até
surpreende nesse aspecto diante da medida esportiva que usa. O Ford
também poderia melhorar nesse quesito, provável consequência do uso de
buchas mais firmes na versão V6.
Em termos de estabilidade, o Passat cativa o motorista por estar sempre
"nas mãos", com a melhor comunicação entre volante e rodas e os
amortecedores de carga mais alta. Os demais estão em bom nível para
carros de luxo, com ressalva para os pneus do Camry, que "cantam" e
perdem aderência mais cedo que os demais, aceitável pela medida mais
modesta em largura e perfil. Os três contam com controles de tração e de
estabilidade, que podem ser desativados.
No Toyota, porém, não há um simples botão para isso e o ritual de
desativação é trabalhoso.
Com assistência elétrica como a do Passat, a direção do Fusion poderia
ganhar mais firmeza em média velocidade ao se dirigir com vigor, mas
como está não chega a transmitir insegurança. Por outro lado, no modelo
2010 houve a reivindicada redução do diâmetro de giro (de 12,2 para 11,4
metros), o que o deixou um carro normal nesse quesito — antes era dos
mais trabalhosos de manobrar em pequenos espaços. No Camry o sistema é
hidráulico e em todos há grande conforto nas manobras. Os freios muito
eficientes dos três, com peso correto de pedal, contam com auxílios
eletrônicos como sistema antitravamento ABS e
distribuição eletrônica entre os eixos.
Nos três carros os refletores de faróis são
elipsoidais no facho baixo e de
superfície complexa no alto, mas em iluminação e sinalização o
Fusion tem bastante a melhorar — e sempre por manter aqui anacrônicos
padrões norte-americanos que não se justificam. Para começar, seus
faróis têm facho simétrico (sem o maior alcance do lado direito,
habitual aqui) e não iluminam muito bem; não há repetidores laterais das
luzes de direção nem luz traseira de neblina (os faróis de mesma
finalidade equipam os três carros). A Ford chega a manter as
luzes de direção traseiras em vermelho e na mesma lâmpada da de freio,
contrariando o padrão brasileiro de luz âmbar — nossa legislação permite
que o carro siga a lei do país de origem.
Além disso, Camry e Passat têm lâmpadas de
xenônio nos faróis (apenas nos baixos no primeiro, mas mantidos
quando se ligam os altos de halogênio; no segundo, baixos e altos são de
xenônio), itens que a Ford deveria oferecer ao menos no V6. O VW
acrescenta o facho autodirecional, em que os faróis acompanham o
movimento do volante para iluminar melhor o caminho em curvas. Em baixa velocidade, um foco adicional dirige-se às laterais
quando se gira o volante para
orientação nas esquinas. O Fusion ao menos deveria ter ajuste elétrico
de altura dos fachos, que nos outros é automático.
Há mais: enquanto VW e Toyota têm excelentes retrovisores esquerdos
biconvexos, o Fusion usa lente plana, de menor campo visual.
Os retrovisores do Toyota são enormes, certamente para compensar a
absurda obrigatoriedade de espelho esquerdo plano nos EUA.
Os três contam de série com bolsas infláveis frontais, laterais nos
bancos dianteiros e cortinas que cobrem toda a área envidraçada lateral,
além de cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os
ocupantes. Portanto, estão equilibrados em
segurança passiva.
Continua
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