Corsa: instrumentos simples e funcionais, sem requinte na iluminação

Ka: painel compacto não traz termômetro, mas indica próxima revisão

Fiesta: instrumentos evoluíram para 2008; fundo claro escurece à noite

Sandero: iluminação laranja beneficia leitura, mesmo da seção digital

Gol: bons mostradores e amplo conta-giros, como no modelo até 1999

Palio: computador de série, mas mostrador de combustível não agrada

Alguns pontos merecem correção. No Ka o lavador de pára-brisa, em ponto central único, distribui mal a água e falta ajuste de altura dos cintos dianteiros. Nele, no Fiesta e também no Palio o botão de pisca-alerta fica sobre a coluna de direção, nada prático de acionar em emergência e longe do passageiro. Em ambos os Fords o intervalo entre varridas do limpador de pára-brisa, em modo intermitente, é longo demais. O Corsa Maxx, como o Palio, não aciona a luz interna pela abertura das portas traseiras. O Sandero tem melhores puxadores de porta na frente, mas mantém os do Logan atrás, muito pequenos. E as quatro portas do Gol trazem tampas nos furos das manivelas de vidros, deslize talvez único no mercado nacional.

Sandero e Fiesta são os mais espaçosos nos bancos dianteiros, no que ajuda o teto mais alto. Atrás é clara a vantagem do Renault em acomodação das pernas (ponto fraco de Corsa, Palio e Ka) e em largura. Já em altura útil apenas o Palio deixa a desejar. Acomodar três adultos acarreta desconforto em todos eles, só que menor no Sandero. E o passageiro central tem posição mais confortável — espaço à parte — no Fiesta, Sandero e Ka, sendo o Gol mais incômodo para ele.

O banco traseiro do Gol continua elevado, o que ameniza o inconveniente da linha de cintura alta para a visibilidade dos passageiros, em especial crianças. No Corsa é o oposto: bastante baixo, como habitual na GM, o assento deixa as coxas mal apoiadas. Naturalmente, o Ka — único no grupo com apenas três portas — oferece menor facilidade de acesso à parte de trás da cabine, o que poderia ser melhorado se os bancos dianteiros corressem para frente, como na linha Fiat.

O Sandero tem mais espaço também para bagagem: 320 litros ante 305 do Fiesta, 290 do Palio, 285 do Gol (mesma capacidade do antigo), 263 do Ka e 260 do Corsa. O banco traseiro é bipartido 60/40, à exceção do Ka. Destaque deste último é a base de acesso das mais baixas já vistas, ótima para colocar e remover cargas volumosas e/ou pesadas — o Gol está no extremo oposto, um inconveniente. Já o estepe por baixo do carro, que agrada a poucos, é usado no Sandero e no Ka. Em todos esse pneu repete a medida dos demais, mas não usa roda de alumínio.

Mecânica, comportamento e segurança

Os cinco motores do grupo seguem a mesma configuração, com comando de válvulas único no cabeçote, sem variador, e duas válvulas por cilindro. Como se espera, os mais potentes são os de 1,6 litro, mas há um caso atípico: o 1,4 do Corsa, trabalhado para máximo desempenho em alta rotação, tem a maior potência específica entre todos e supera em potência o 1,6 do Sandero, que mostra prioridade para baixos regimes e a menor potência específica dos cinco.

Com isso, sempre usando álcool, a ordem de potência é: Fiesta, 111 cv; Ka, 110; Corsa, 105; Gol, 104; Sandero, 95; e Palio, 81. O maior torque máximo é também dos Fords, 15,8 m.kgf, seguido por Gol (15,6), Sandero (14,1), Corsa (13,4) e Palio (12,4). Note-se que os motores de maior cilindrada se impõem quando o assunto é torque. De fato, no uso urbano o motorista percebe respostas mais prontas nos modelos 1,6 (sobretudo no Gol e no Ka, pelo menor peso) que nos 1,4, sendo preciso recorrer a rotação mais alta para obter o mesmo desempenho do Corsa — e conformar-se em ficar para trás no Palio, em que pese sua vivacidade em baixa. Agrada no VW a potência disponível em baixos regimes, como 1.500 a 2.000 rpm, mérito das alterações feitas nesse motor para 2009. Continua

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