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Comparativo Completo
Simulação de desempenho
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Com a mesma potência em dois modelos e um terceiro com apenas 3 cv a mais (com álcool), era esperado que o desempate em desempenho viesse por fatores como acerto de câmbio, peso e aerodinâmica. E foi o que a simulação desenvolvida pelo consultor Iran Cartaxo esclareceu.

Com menor resistência ao ar (note o consumo mais baixo de potência a 120 km/h), o C4 obteve a maior velocidade máxima, com o 307 em segundo. O Peugeot conta com o benefício de um cálculo exato da quinta marcha para esse fim, em que o motor passa 50 ou 200 rpm do ponto de maior potência, enquanto o Citroën está curto demais e deixa esse ponto 400/450 rpm para trás.

Embora seja o menos veloz por causa da aerodinâmica, o Focus mostra interessante acerto: os 6 cv adicionais com álcool são obtidos em regime 750 rpm mais baixo, de modo que o câmbio acaba relativamente certo para ambos os combustíveis. Com gasolina, ele fica 250 rpm acima do pico de 6.250 rpm em quarta marcha; com álcool, acaba 300 rpm abaixo do pico de 5.500 em quinta. As diferentes curvas de potência fazem com que não compense esticar mais a quarta com álcool, em que não há vigor para passar de 173 km/h, nem engatar a quinta com gasolina, pois a marcha longa o faz estacionar em 177 km/h.
O câmbio mais longo deixa o Focus mais confortável em velocidades de viagem, mas a vantagem em peso garante ao C4 as acelerações mais rápidas, como de 0 a 100 km/h em 0,7 segundo a menos que o Focus e 1 s a menos que o 307, sempre com álcool. O Citroën ainda amplia a dianteira em arrancadas longas como a de 0 a 1.000 metros, onde a melhor aerodinâmica rende dividendos.

Em retomadas, C4 de novo, tanto pelos fatores citados quanto pelo câmbio mais curto. O maior benefício aparece na quinta marcha, que o leva de 80 a 120 km/h em 2,9 s a menos que o Peugeot e 4,1 s a menos que o Focus. Estes dois alternam-se em segundo lugar. Naturalmente é possível retomar bem mais rápido em qualquer deles usando marcha mais baixa, atitude recomenda em especial nesses modelos com torque em baixa rotação apenas mediano.

Já em consumo, o Focus passa por cima do peso elevado e da pior aerodinâmica para obter as melhores marcas, no que as marchas longas contribuem bastante. Só não vence no ciclo rodoviário com gasolina, onde o 307 se destaca. O C4 vem sempre em último lugar, mas a diferença entre o melhor e o pior mal passa de 0,5 km/l, pouco perceptível. O tanque de maior capacidade deixa o Peugeot à frente em autonomia, em qualquer condição.
  C4 Focus 307
gas. álc. gas. álc. gas. álc.
Velocidade máxima 185,5 km/h 187,3 km/h 178,1 km/h 180,4 km/h 183,1 km/h 185,5 km/h
Regime à velocidade máxima 5.900 rpm 5.950 rpm 6.500 rpm 5.200 rpm 5.550 rpm 5.700 rpm
Marcha em velocidade máxima 5ª. 4ª. 5ª. 5ª.
Regime a 120 km/h (5a.) 3.800 rpm 3.450 rpm 3.700 rpm
Potência a 120 km/h 29 cv 33 cv 31 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h 12,5 s 12,0 s 13,0 s 12,7 s 13,8 s 13,0 s
Aceleração de 0 a 400 m 18,4 s 18,1 s 18,7 s 18,3 s 19,1 s 18,8 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 33,4 s 32,6 s 33,8 s 33,7 s 34,5 s 34,1 s
Retom. 80 a 120 km/h em 5ª. 16,7 s 15,4 s 21,7 s 19,5 s 20,7 s 18,3 s
Retom. 80 a 120 km/h em 4ª. 11,8 s 10,8 s 14,4 s 13,3 s 14,2 s 12,6 s
Retom. 80 a 120 km/h em 3ª. 9,2 s 8,7 s 10,3 s 9,4 s 10,1 s 9,5 s
Retom. 60 a 100 km/h em 4ª. 11,1 s 10,4 s 13,7 s 12,7 s 13,4 s 11,9 s
Retom. 60 a 100 km/h em 3ª. 8,0 s 7,3 s 9,1 s 8,5 s 8,9 s 8,3 s
Consumo em cidade 8,8 km/l 6,1 km/l 9,2 km/l 6,6 km/l 9,1 km/l 6,3 km/l
Consumo em estrada 12,4 km/l 8,7 km/l 12,7 km/l 9,3 km/l 12,8 km/l 8,9 km/l
Autonomia em cidade 477 km 330 km 455 km 325 km 494 km 338 km
Autonomia em estrada 668 km 470 km 607 km 443 km 691 km 482 km
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C4: maior velocidade máxima e vantagem em acelerações
e retomadas com menor peso e câmbio mais curto
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Focus: menor rotação em viagem e consumo mais baixo,
acerto interessante da caixa para velocidade máxima
307: conjunto equilibrado em máxima e consumo, mas com
as acelerações mais lentas do grupo pelo peso adicional
Dados dos fabricantes
  C4 Focus 307
gas. álc. gas. álc. gas. álc.
Velocidade máxima ND 183 km/h 189 km/h 190 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 13,3 s 12,5 s 11,7 s
Consumo em cidade 11,5 km/l 7,5 km/l ND
Consumo em estrada 15,5 km/l 10,3 km/l
ND = não disponível
Comentário técnico
> O motor Sigma da Ford não é novo em termos mundiais: a linha foi introduzida nos anos 90 na Europa e chegou ao Brasil com 1,4 litro e 16 válvulas no Fiesta, que equipou entre 1996 e 1999. Lá fora existem versões com variação do tempo de válvulas, que a Ford daqui não usou provavelmente para conter custos. Ainda assim, é uma unidade atual, com bloco, cabeçote e cárter de alumínio, duplo comando com quatro válvulas por cilindro e acelerador com controle eletrônico.

> A exemplo da unidade PSA de 1,6 litro, que usa bloco de ferro fundido e existe aqui desde o Xsara 2000, o acionamento do comando de válvulas do Sigma usa correia dentada, mais silenciosa que a corrente metálica, com a desvantagem de requerer manutenção e estar sujeita a rompimento em caso de negligência. Segundo a Ford, o peso de 79 kg do novo motor é o menor do mercado em sua cilindrada. A relação r/l não pôde ser calculada por falta de informação da fábrica. A do propulsor do grupo francês, excelente 0,23, indica cuidado no projeto.
> Em suspensão, o Focus continua a se destacar na classe pelo emprego do conceito multibraço na traseira. A existência de vários braços de ligação entre a manga de eixo e o chassi permite que o fabricante imponha a geometria desejada às rodas durante o trabalho da suspensão, como trabalhar com a convergência ou divergência resultante do curso e das forças de aceleração e frenagem. E a montagem da suspensão em subchassi, como na dianteira, contribui para melhor isolamento de vibrações.

> C4 e 307 usam assistência eletroidráulica de direção: a bomba hidráulica é acionada por um servomotor elétrico, acoplado à coluna de direção, e não mais pelo próprio motor, via correia. Com isso, consome menos energia do motor. O Focus usa o mesmo sistema na versão de 2,0 litros, até mesmo com ajuste em três programas (normal, esportivo e confortável) para o ganho de peso com o aumento da velocidade, mas no Sigma 1,6 a Ford optou pela assistência hidráulica para reduzir custos.

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