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Criativo ao ser elaborado, o desenho do C3 nunca obteve aprovação unânime e perdeu impacto com o tempo, mas ainda não está defasado

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Certamente um estilo atual e com forte identidade, o padrão "quadrado arredondado" do Uno divide opiniões e não favorece sua aerodinâmica

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O Sandero conseguiu bom resultado de frente, mas a adaptação sobre o simples Logan fica evidente nas laterais; a traseira tem forma polêmica

Concepção e estilo

Temos passados bem diversos aqui. O modelo com mais história é o Uno, um projeto brasileiro, em que a nova geração vem conviver com o original lançado em 1983 na Itália e no ano seguinte em nosso país. O C3 tem concepção francesa já com idade avançada, 2001; foi trazido à fábrica de Porto Real, RJ após dois anos e ganhou em 2009 nova geração na Europa. Já o Sandero, lançado no Brasil em 2007, é derivado do Logan desenvolvido na Romênia pela Dacia (marca do grupo Renault) e em produção desde 2004.

Com tanta diversidade nas origens, é natural que ela exista também nas definições de desenho. Com o Uno a Fiat buscou fugir ao convencional baseando-se no tema do "quadrado arredondado", percebido por todos os ângulos: são linhas retas com arestas curvas, presentes desde a silhueta da carroceria até detalhes como o logotipo do modelo e a (falsa) grade de três elementos junto ao farol esquerdo. Se não expressa modernidade, é sem dúvida original.

Criativo foi também o C3 ao ser lançado, com o perfil baseado em duas curvas, uma até o capô e a outra do para-brisa (um dos mais curvos já vistos no sentido longitudinal) até a tampa traseira. Aos nove anos desde a apresentação, mantém o mérito de não se confundir com outros modelos, mas o atrativo de novidade há muito passou. Quanto ao Sandero, a seção central semelhante à do Logan, com grandes vidros quase planos, foi combinada a uma frente atual — inspirada na de modernos Renaults franceses — e uma traseira um tanto discutível, com formas irregulares. Até um vinco em curva nas portas foi aplicado para deixar o estilo mais elaborado.

O Uno tem desenho do tipo "ame ou odeie", mas agradou à maioria das pessoas que consultamos durante a avaliação. O C3 também nunca obteve unanimidade, mas é bem aceito pela maioria, e o Sandero tem aprovação apenas mediana — as críticas mais comuns são à traseira e às linhas retas da seção central, que apressam seu envelhecimento.

O coeficiente aerodinâmico (Cx) informado pela fábrica para o C3 é ótimo para um carro pequeno, 0,31, enquanto o do Uno é apenas razoável: 0,35, pior que o do Palio (0,33) e o mesmo da geração lançada em 1983. Se a Renault não declara o do Sandero, pode-se estimar que mantenha o 0,36 do Logan, número típico de outros tempos (o Ford Escort, um hatch de tamanho similar, atingiu esse valor em 1986). Considerada a área frontal estimada, que é menor no Uno e maior no Sandero, chega-se a 0,74 no Citroën, 0,78 no Fiat e expressivo 0,89 no Renault.

Conforto e conveniência

Apesar dos preços, quem procura refinamento no interior deve partir para outros modelos. Estes são simples no desenho e sobretudo nos materiais, já que (com exceção do C3) os mesmos carros atendem a uma faixa inferior do mercado em suas versões básicas. Plásticos rígidos ao toque e de aspecto pobre — piores no Sandero — dominam as cabines e os bancos são revestidos em tecidos algo ásperos, não aveludados. Algum requinte, só mesmo no painel digital do Citroën, mas o Uno supera o Sandero em desenho interno, mesmo sem o aplique esportivo que a unidade avaliada trazia. Na série Vibe do Renault a costura do tecido em vermelho é uma ideia infeliz porque chama atenção para seu desalinhamento, bem à vista de quem viaja atrás.

O motorista encontra boa posição nos três modelos, mas com ressalvas. O C3 oferece regulagens de altura e distância do volante, enquanto o Uno traz só a de altura e o Sandero nenhuma. Banco ajustável em altura equipa todos eles (é opcional no Fiat), mas a forma do encosto do Citroën não agrada: há apoio lombar excessivo e em região muito baixa. Também não são ideais nele a reclinação do encosto por alavanca, em pontos definidos (como no Uno), e o ajuste de altura em que o próprio motorista faz mais ou menos peso no assento para a regulagem. No Fiat a alavanca reguladora de altura fica apertada, junto à de freio de estacionamento, e os pedais estão mais à direita do que o ideal.

Os volantes de três raios são corretos em desenho e diâmetro e há apoio adequado para o pé esquerdo ao lado do pedal de embreagem — sobretudo no Uno, que melhorou muito em relação à geração antiga ou mesmo o Palio. No acesso aos comandos, estranha-se que o Sandero tenha os de ventilação voltados para baixo.

Mesmo sem impressionar, o painel digital do C3 é bonito e funcional, com um velocímetro grande e bem visível; apenas o conta-giros analógico em forma de arco não tem leitura ideal. Ele traz ainda computador de bordo, que indica consumo em litros por 100 km (melhor seria em km/l). Sandero e Uno adotam mostradores digitais de combustível e temperatura, com tamanho adequado e bom contraste entre dígitos pretos e fundo laranja. Poderia melhorar o conta-giros do Uno, um pouco pequeno. A iluminação vem em branco no Fiat (poderia ser permanente, pois a leitura não é boa em horários menos claros do dia) e em laranja no Sandero. Continua

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