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Celta: linhas já antigas que
ainda agradam, com ajuda da reestilização
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Ka: certa mistura de estilos em
um conjunto que teve grande aprovação |
Concepção e
estilo
A origem do Celta é bem
conhecida. A General Motors o desenvolveu no Brasil, no fim da década
passada, com base na plataforma e na mecânica do primeiro Corsa nacional
— o de 1994, segunda geração para os europeus. Foi uma roupa nova para
um carro que já havia saído de produção na Europa, associada a um grande
despojamento no interior para reduzir custos. Lançado em 2000, vendeu
bem, ganhou versão de cinco portas em 2003 e foi reestilizado na frente
e na traseira em 2006.
O Ka tem passado mais nobre, mas não tão bem-sucedido. Surgiu em 1996 na
Europa, com plataforma baseada na do Fiesta da época, e chegou aqui em
março seguinte. A idéia, lá como cá, era oferecer um carro charmoso e de
linhas originais para quem não precisasse de mais que três portas,
quatro lugares e um diminuto porta-malas. Só que o preço no patamar de
concorrentes mais espaçosos dificultou seu êxito no mercado nacional,
embora tenha durado expressivos 10 anos com poucas mudanças visuais — só
a traseira remodelada em 2002, exclusiva da versão brasileira.
A Ford então mudou a fórmula para esta segunda geração. Enquanto a
Europa vai ganhar um novo Ka ousado e com a plataforma do
Fiat 500, aqui ele cresce, ganha
lugar para o quinto ocupante e adota um estilo que, se não surpreende
pela modernidade, tem maiores chances de agradar ao público geral que o
anterior. A plataforma é a mesma do anterior, só que dotada de
subchassi dianteiro, como já havia no
antigo Fiesta.
O resultado, pelo que pudemos perceber durante a avaliação — e não
faltaram comentários, pois o carro chamou muita atenção —, foi bastante
positivo. O Ka ficou mais equilibrado e atraente, passando a agradar a
quem não gostava do anterior. Por outro lado, perdeu identidade e agora
lembra vários outros carros (a frente parece a do Fiesta até 2007; as
lanternas traseiras, as do Peugeot 206; e a curvatura do teto para o
vidro de trás, a do Clio). Também foi abandonado o recurso de
pára-choques em três peças e envolvendo as caixas de roda, que tornava
mais fácil e barata a reposição em caso de pequenos acidentes — embora a
vantagem tenha diminuído desde que a Ford adotou pára-choques pintados.
Quanto ao Celta, é sem dúvida simpático e assumiu jeito mais robusto com
a reestilização feita há dois anos, mas mostra o peso da idade quando
visto ao lado do Ka. A GM não divulga seu
coeficiente aerodinâmico (Cx), mas o do antigo Corsa de três portas
(0,35) serve como referência. No Ka passou a 0,385, resultado modesto
para um projeto atual; a Ford diz que era 0,42 no antigo, mas no
exterior se indicava 0,36.
Conforto
e conveniência
O Ka original tinha
desenho interno bem elaborado e revestimento agradável, no padrão Ford
da época, mas com o tempo sofreu diversas simplificações para reduzir
custos. Enquanto isso, o Celta surgiu despojado ao extremo, mas foi
ganhando algum conforto até evoluir bastante em aspecto interno no
modelo 2007.
Hoje seus rumos se encontraram: ambos estão razoáveis no desenho e
bastante modestos nos materiais, mas dentro do esperado na categoria.
Plásticos duros e com algumas rebarbas, tecidos de bancos ásperos e
escasso revestimento para absorver ruídos são o padrão nos dois. Agrada
no Celta não haver chapas aparentes, que o Ka deixa à mostra nas portas,
laterais traseiras, colunas do meio e de trás e junto ao teto. A
propósito, as portas aproveitadas do modelo antigo estão estranhas no
novo Ford, pois o forro em formato de violão não combina com o restante.
O painel atual do Celta não é um primor de estilo — embora bem superior
ao do original —, mas o do Ka regrediu, o que é uma pena. Antes havia
fluidez de formas; agora, as peças de diferentes formatos parecem
encaixadas no improviso. Em contrapartida surgiu um porta-luvas de
verdade, mesmo que pequeno, e os novos difusores de ar, como no Fiesta,
continuam muito práticos de usar. Os instrumentos têm fácil leitura nos
dois carros, que incluem conta-giros e relógio integrado ao hodômetro
(no Ka ficam saudades do charmoso modelo oval sob o pára-brisa), com
vantagem do Celta por trazer termômetro do motor. A iluminação em verde
é agradável e funcional em ambos.
A Ford não mexeu na reduzida altura dos bancos, que passam uma sensação
esportiva de rodar próximo do solo e garantem bom espaço vertical para
motoristas de maior estatura, mas não agradam a quem prefere ampla
visibilidade. Uma regulagem para o assento esquerdo seria oportuna. De
resto a posição de dirigir é boa, com pedais e volante mais
centralizados e espaço adequado à perna esquerda. Comum ao concorrente é
o desconforto dos assentos curtos, que deveriam apoiar melhor as coxas.
Continua
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