 C4 Picasso: melhor desempenho
com motor mais potente e menor peso

Grand C4: desenvoltura
suficiente, rodar macio e grande estabilidade

Grand Scénic: acelerações
lentas, motor e suspensão menos suaves


Bons conjuntos de iluminação,
mas só a Scénic traz faróis de xenônio |
É possível viajar com
serenidade na faixa de 120 km/h, em quarta marcha e a pouco mais de
3.000 rpm, em qualquer uma delas. Mas a simulação do Best Cars
apontou superioridade das Picassos, pequena em velocidade máxima e mais
expressiva em aceleração e retomada. Passar de 0 a 100 km/h, por
exemplo, requer 12,5 segundos na C4 curta e 12,7 s na longa, contra
demorados 14,4 s da Grand Scénic
—
só um pouco mais rápida que alguns carros de 1,0 litro. Em consumo houve
ligeira vantagem da Scénic, com as três chegando a marcas apenas razoáveis,
caso de 10,3 a 11,1 km/l no ciclo rodoviário.
Veja os resultados e
a análise detalhada.
As três minivans mostraram boa calibração das caixas automáticas, com
mudanças suaves, e permitem operação manual (saiba
mais). Nas da Citroën nota-se a definição típica dos franceses de
reter e reduzir marchas quando o carro é desacelerado, o que produz
freio-motor e tende a preservar os freios mesmo que o motorista não faça
reduções manuais; na Scénic esse método, antes usado com exagero pela
Renault, está bem moderado e mal se manifesta. Comum a ambas é a opção
por subir marchas de modo automático no limite de rotação e por permitir
retomadas em marcha alta com grande abertura de acelerador, ao usar o
modo manual. Na Scénic não deveria ser preciso apertar o botão na
alavanca para passar de drive para ponto-morto: isso libera
também o engate da ré, que pode ser feito sem intenção em uma parada de
semáforo, por exemplo.
Os três carros têm calibração de suspensão voltada para o conforto, com
boa absorção de irregularidades, sem prejuízo do comportamento estável e
bem previsível. As Picassos transmitem menos os impactos do piso; por
outro lado, sua suspensão é mais barulhenta ao passar por piso
esburacado. A Grand é mais macia que a versão curta, talvez mais do que
seria necessário para um rodar confortável, já que a menor C4 concilia
bem estabilidade e conforto. Uma vantagem importante da Citroën é adotar
como item de série o controle de estabilidade,
ausente da Scénic vendida aqui, embora disponível no exterior. Mesmo que
seja muito raro fazer o controle atuar — só mesmo provocando o carro em
curvas de modo não natural —, é reconfortante tê-lo para situações de
emergência, como uma manobra evasiva.
A Renault com assistência elétrica, as Citroëns com hidráulica, as três
conseguem peso adequado de direção em toda faixa de velocidade. Os
freios são potentes e contam com
sistema antitravamento (ABS), a que as C4 adicionam
assistência adicional em emergência. Nas
Picassos existe outro recurso conveniente: ao liberar o freio em
subida (de frente ou de ré), o carro se mantém freado por dois segundos,
para evitar que desça e possa encostar em outro veículo ou um obstáculo
durante manobra de estacionamento.
Em visibilidade, ponto para a Renault por trazer
lâmpadas de xenônio nos faróis baixos,
que usam refletores elipsoidais e são
muito eficientes (em facho alto esses faróis ganham alcance e são
associados a lâmpadas halógenas, as únicas usadas ao relampejar o alto),
além de contar com ajuste automático de altura de facho e lavador de
alta pressão. As Picassos usam refletores
duplos de superfície complexa com
lâmpadas comuns, halógenas, mas trazem os mesmos demais recursos da
Scénic: faróis de neblina, luz traseira de nevoeiro, terceira lanterna
de freio, repetidores laterais das luzes de direção.
A linha C4 recorreu a colunas dianteiras (duas de cada lado) bastante
finas para melhor visibilidade em ângulo, aspecto normalmente
comprometido em minivans. O resultado é muito bom, equivalente ao da
Scénic, que tem apenas uma coluna espessa por lado em posição mais
recuada (nela as portas começam mais à frente). O espelho esquerdo da
Renault é melhor, biconvexo em vez de
convexo da Citroën.
Os três modelos são fartos em segurança
passiva, como se poderia esperar de carros familiares nesta faixa de
preço: vêm de série com bolsas infláveis frontais, laterais dianteiras e
cortinas (que cobrem a área envidraçada das quatro portas), além de
cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os ocupantes, até
mesmo os da terceira fila das versões Grand. Para instalação segura de
cadeiras infantis, sem o precário uso de cinto a que se recorre na
maioria dos carros, há suportes em padrão
Isofix.
Continua
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