

C3: motor 1,6 com desempenho
bem superior, ótima estabilidade


Fit: motor 1,35 algo
insuficiente para o carro, suspensão melhorada |
No
Citroën, a maior cilindrada ajuda a manter boas respostas mesmo em
baixa. E não só em baixa: como comprovou a simulação, ele é mais rápido
em aceleração, retomada e velocidade máxima por diferenças bem
perceptíveis, como ao fazer de 0 a 100 km/h em 12,1 ante 15,4 segundos,
ambos com álcool. O Fit deu sua resposta em consumo, ao obter índices
bem melhores em todas as condições (veja
resultados e análise detalhada).
O novo Fit marca a substituição do câmbio de variação contínua (CVT) por
uma caixa automática convencional de cinco marchas, mudança que pode
levar a críticas, pois o CVT é mais eficiente em aproveitamento de
potência e, como conseqüência, em consumo. Mas não há motivo para
insatisfação: a nova caixa opera muito bem, com mudanças suaves e no
momento desejado, além de ter a quinta marcha calculada para baixíssima
rotação em viagem. Tão baixa, aliás, que basta um mínimo aclive para
desbloquear o conversor de torque e
ganhar cerca de 500 rpm. Nessas horas chega a parecer o CVT... No C3 o
câmbio de apenas quatro marchas conta com operação manual sequencial,
subindo para frente e reduzindo para trás. O ponto fraco está na
calibração: a caixa provoca solavancos em boa parte das mudanças,
sobretudo no ciclo primeira-segunda-primeira. Além disso, a falta de
quinta marcha impõe maior intervalo entre as quatro e rotação acima do
ideal em rodovia.
Os amortecedores firmes ao extremo sempre foram o ponto mais criticado
do Fit para nós, pois transmitiam aos ocupantes até as menores
irregularidades do piso. Nesta geração o problema foi amenizado: o
conforto de marcha melhorou bastante, embora ainda não seja uma
referência, e o comportamento dinâmico não foi prejudicado — é verdade
que o novo carro tem largura, entreeixos e bitolas maiores, o que
contribui para a estabilidade. Ele continua a cativar o motorista quando
se toma curvas com vigor, qualidade comum ao C3. Este, por sua vez, teve
a suspensão amaciada na linha 2009. Se já não era duro, está mais
agradável em piso irregular, só que a suspensão faz mais ruído nessas
condições que a do concorrente.
Ambos usam assistência elétrica na direção, favorável à economia de
combustível e ao meio ambiente (não usa fluido) e que traz bom
resultado: são leves em baixa velocidade e em alta ganham peso correto.
Embora a do Fit tenha ficado mais confortável quando movimentada com o
carro parado — era estranhamente pesada no modelo anterior —, a do C3
ainda é referência de mínimo esforço. Os volantes de três raios permitem
boa pega. Todo C3 de 1,6 litro vem com
sistema antitravamento (ABS), o que constitui vantagem sobre o Fit LX,
mas a Citroën não usa mais freios traseiros a disco como há alguns anos.
A reformulação não deu ao Honda faróis de
duplo refletor, o que o manteve inferior neste campo ao Citroën —
que vem ainda com faróis e luz traseira de neblina e repetidores
laterais das luzes de direção, estes de falta inaceitável no
concorrente. Já a terceira lanterna de freio equipa ambos e nenhum traz
ajuste elétrico do facho dos faróis. Os retrovisores usam lente
convexa em ambos os lados, o que é
positivo. Ainda em visibilidade, a Honda afastou as duas colunas
dianteiras de cada lado do Fit e isso melhorou a visão pelas janelas que
ficam entre elas, mas o arranjo de uma só coluna por lado do Citroën
ainda é preferível.
Há quase um empate em segurança passiva,
pois bolsas infláveis frontais — e apenas essas — vêm de série nas
versões avaliadas (um progresso para o Fit LX, que antes trazia apenas a
do motorista). Vantagens do Honda são o cinto retrátil de três pontos e
o encosto de cabeça também para o passageiro central do banco traseiro.
Continua
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