

Os instrumentos da 307,
embora tradicionais, são de fácil leitura


Mégane tem limitador de
velocidade e, como 307, marca nível de óleo


O painel da Fielder está
sempre aceso, solução para boa visualização |
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Na
Grand Tour há um detalhe exclusivo que agrega charme, mais que
utilidade: o cartão eletrônico que substitui a chave, sendo a partida e
a parada do motor acionadas por botão no painel. Embora haja recursos
que previnem erros de utilização (como o que corta o motor de partida
assim que o propulsor é ligado), a solução não traz facilidade. Pelo
contrário, pois é uma novidade que precisa ser explicada a quem dirige
um Mégane pela primeira vez. Seria bem mais útil se, como no Renault
Laguna, houvesse sensores nas maçanetas externas que destravam o carro
assim que o usuário tenta abri-lo trazendo o cartão consigo. Outro item
próprio da linha é a alavanca de freio de estacionamento inspirada em um
manete de avião, que poderia ser mais leve.
Fielder (de série) e Mégane (opcional) trazem disqueteira de painel para
seis CDs num caso e cinco no outro, item que a 307 pode receber como
acessório (é de série, porém, na versão Feline). Os conjuntos oferecem
qualidade de áudio satisfatória, mas só o da Peugeot toca
MP3 como manda a atual tendência. Nas
duas francesas há comandos junto ao volante, que a Toyota deveria
adotar, e o aparelho pode ser ligado sem a chave na ignição, impossível
na perua Corolla.
A Peugeot conta com três bancos traseiros individuais, boa solução pela
versatilidade, mas não pelo conforto: são mais estreitos do que o ideal,
têm apoios laterais muito firmes e o central é ainda menor, estando na
largura mínima aceitável para um adulto. A vantagem dessa solução é
permitir que os bancos sejam ajustados (em distância e reclinação) e
reposicionados de forma independente. O central se torna uma mesa quando
rebatido, com espaço para objetos e quatro copos, e é possível montá-lo
no compartimento de bagagem — para o transporte de cargas longas mais
cinco pessoas, por exemplo —, condição em que a acomodação das pernas se
torna precária.
Na Fielder o encosto (dividido em 60/40) pode ser reclinado, mas a
extremidade lateral não o acompanha, o que torna o espaço estreito nessa
situação. A Grand Tour é convencional quando ao banco traseiro, sem
qualquer ajuste. Em relação a espaço, as três são muito generosas para
as pernas — em que pese a menor distância entre eixos da Fielder — e as
francesas também para a cabeça, quesito em que a Toyota não decepciona.
A largura interna, porém, é apenas razoável para três adultos e o
passageiro central tem menor conforto na Fielder.
Outros itens que favorecem a 307 são proteção interna por ultra-som (que
detecta quebra de vidros) no alarme antifurto, iluminação nos espelhos
dos pára-sóis, excelente limpador de pára-brisa com palhetas em sentidos
opostos (ideal para vidros amplos como o dela), buzina dupla (de som
mais agradável que a monotonal das concorrentes), tomada de 12 volts no
compartimento de bagagem, fechadura no porta-luvas, ajuste de altura
também no assento do passageiro da frente, dois apoios de braço nos
bancos dianteiros e mesinhas atrás de seus encostos.
A Fielder responde com controle automático de temperatura do
ar-condicionado (que também viria na 307, e com dupla seleção de
temperatura, se fosse a versão Feline) e do acionamento do limpador de
pára-brisa, retrovisor interno fotocrômico,
apoio de braço central traseiro e o maior espaço para objetos.
Exclusivos da Grand Tour são indicação individual de porta mal fechada
(geral na Fielder) e bocal do tanque de combustível sem tampa — abre-se
ao ser introduzido o bico da bomba.
Mégane e 307 trazem comutador de faróis do tipo que é apenas puxado e
nunca os acende já em facho alto (na Fielder é de puxar e empurrar), mas
a Peugeot é a única sem faixa degradê no pára-brisa, aviso para portas
mal fechadas (embora a luz interna permaneça acesa nessa condição) e
comando interno do bocal do tanque. Na Fielder seria melhor um comando
de travas e alarme integrado à chave em vez do chaveiro separado, que
parece um improviso, e o controlador de velocidade não deveria fazer
barulho ao ser desligado pelo toque no pedal de freio.
Os compartimentos de bagagem da Peugeot e da Renault, para 520 litros (a
primeira passou a informar 562 sem motivo aparente, razão para mantermos
o valor original), superam por larga margem o da Toyota, que leva apenas 411 litros,
menos que em peruas pequenas como Parati e Palio Weekend. O acesso é
amplo nas três, há cobertura divisória de enrolar e pode-se rebater o
banco traseiro de diferentes formas — com divisão 60/40 na Fielder e na
Mégane, enquanto a 307 oferece mais opções com os três bancos
individuais. Mas a maioria parece preferir a montagem interna do estepe,
adotada por Toyota e Renault, em vez da externa da Peugeot. Só na Grand
Tour esse pneu usa roda de alumínio; nas demais é de aço para redução de
custos.
Continua
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