


O motor 1,4 do Prisma traz
bom desempenho e o rodar é mais macio que o do concorrente, embora com
menor estabilidade; os faróis continuam com refletor simples



O bom motor 1,6 do Fiesta
lida com quase 200 kg a mais; os novos faróis têm refletor duplo e a
estabilidade é destaque, mas com prejuízo ao conforto de rodagem |
Mecânica,
comportamento
e segurança
Os
dois motores são semelhantes em concepção (leia
mais sobre técnica) e por isso conseguem
potência específica equivalente. A vantagem do Fiesta, assim, é
proporcional à cilindrada 200 cm³ maior: obtém 105 cv e 14,9 m.kgf com
gasolina e 111 cv e 15,8 m.kgf com álcool, ante 89 cv/12,4 m.kgf e 97
cv/12,9 m.kgf do Prisma, na mesma ordem. Uma desvantagem deste é obter a
potência máxima em rotação muito alta (6.200 rpm) e apenas 100 rpm
abaixo do ponto de corte do motor, o que dificulta aproveitá-la.
Diante da expressiva diferença de peso (o Fiesta tem quase 200 kg a
mais), os dois se parecem na agradável sensação de agilidade que
transmitem. Seus motores vibram pouco, mas são algo ruidosos em alta
rotação. No Ford nota-se o câmbio barulhento ao acelerar mais em giros
médios, quando o torque é maior. A propósito, a melhor forração
fonoabsorvente que a marca diz ter adotado no modelo 2008 não parece
muito eficaz: continuam bem audíveis ruídos os mais diversos, mais até
que no Prisma.
A simulação do Best Cars apontou grande equilíbrio em desempenho,
com vantagem para o Prisma apenas em retomadas. Mas ele é mais econômico
em todas as condições de uso (veja os
resultados e a análise).
O comando de câmbio é agradável nos dois (o Prisma beneficia-se do
acionamento a cabo adotado em 2005 no Celta), mas o Fiesta é superior na
alavanca em posição alta e no engate simples da ré, ao lado da quarta,
sem travas redundantes. No Prisma, como habitual na GM, ela fica junto à
primeira e requer o uso de anel-trava. Os dois oferecem direção
assistida hidráulica, leve em baixa velocidade, mas o Chevrolet
transmite sensação de instabilidade direcional em velocidade, sinal de
que algo deve ser revisto na geometria de direção. Os freios estão bem
dimensionados e no Ford dispõem de sistema antitravamento (ABS)
opcional.
O maior peso na traseira deixou o Prisma mais confortável que o Celta e
melhor nesse aspecto que o Fiesta, cujas molas duras se fazem sentir em
pisos irregulares (embora absorva melhor pequenos impactos, no que o
subchassi dianteiro ajuda). Só que a
situação se inverte em comportamento dinâmico: o Ford transmite grande
confiança ao motorista, enquanto o Chevrolet inclina-se mais nas curvas
e perde em precisão de direção. Vale notar que os pneus são idênticos em
medida.
Os novos faróis de duplo refletor, os de
neblina e a terceira luz de freio deixam o Fiesta à frente em iluminação
e sinalização. Mas faltam a ambos os repetidores laterais das luzes de
direção, ausência mais grave no Chevrolet porque as luzes dianteiras
ficam junto à grade, invisíveis a quem está ao lado do carro — algo que
a Ford acaba de corrigir. Se o Prisma ganhou retrovisores maiores que os
do Celta, o esquerdo continua plano (é
convexo no Fiesta, com maior campo visual) e ambos trepidam. Ainda
em visibilidade, os dois carros impõem dificuldade pela traseira alta,
com agravante das colunas muito largas no carro da GM.
E o Fiesta vence em segurança passiva ao
oferecer bolsas infláveis frontais como opção. No restante há
equilíbrio, pois ambos trazem cintos de três pontos e encostos de cabeça
só para quatro dos ocupantes. Mas já passou do tempo de a GM adotar
ajuste de altura para esses encostos nos bancos dianteiros: fixos, não
apóiam bem os ocupantes mais altos.
Continua
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