


Com o novo painel adotado no
ano passado no Celta, o Prisma é simples mas correto nesse aspecto; o
bom porta-malas de 439 litros tem braços grandes demais



O Fiesta ficou mais bonito
por dentro e abandonou os instrumentos digitais; o porta-malas é maior
que o do Prisma e tem dobradiças pantográficas, mais práticas |
No Chevrolet o volante
fica torto à esquerda (esse braço tem de ser mais esticado) e algo
baixo, os pedais apertados à direita, o banco tem altura fixa e a perna
em repouso não dispõe de espaço adequado, devendo ser recolhida, o que
vale também para a direita do passageiro da frente.
Com o novo painel, o Fiesta iguala-se ao Prisma em instrumentos: são
amplos e bem legíveis, o que inclui os marcadores analógicos de
combustível e temperatura. Ambos usam iluminação em verde, funcional e
agradável, mas a Ford precisa corrigir — urgente — a luz indicadora de
farol alto, forte demais, defeito inesperado em uma marca no ramo há
tanto tempo. Os dois trazem relógio integrado ao hodômetro.
O controle elétrico dos vidros do Fiesta abrange os traseiros. Os do
Prisma devem ser instalados em concessionária, o que não é ideal — no
carro avaliado já havia estalos no do motorista, indicação de problemas
—, mas também têm função um-toque,
sensor antiesmagamento e
temporizador. Ambos podem ter alarme com
ultra-som e fechamento de vidros pelo controle remoto (automático no
Chevrolet), sendo exclusivos do Ford o comando para abri-los (útil ao
chegar ao carro sob sol intenso) e o da tampa do porta-malas.
Outros detalhes favoráveis ao Fiesta são ajuste elétrico dos
retrovisores, luzes de leitura (duas dianteiras, uma traseira), luz
interna com temporizador e apagamento gradual, acionamento dessa luz por
todas as portas (só pela do motorista no Prisma, inaceitável nesta faixa
de preço), espelho em ambos os pára-sóis (no concorrente, apenas no
direito), porta-luvas bem mais espaçoso, travamento automático das
portas ao rodar, três alças de teto (contra uma só), cinzeiro e
acendedor de cigarros.
O sistema de áudio do Fiesta inclui um aparelho amplo e fácil de usar,
melhor que o de botões pequenos e estética exagerada do Prisma, que é
acessório de concessionária. Mas é inaceitável que a Ford tenha deixado
de fora a leitura de MP3, presente no
concorrente: há uma versão do mesmo rádio com tal recurso, que deveria
ser a escolhida diante do preço do carro equipado com ele. O
ar-condicionado do Prisma parece mais eficiente, mas talvez seja o único
caso no mundo em que a graduação de temperatura muda para quente no
sentido anti-horário.
Se na frente o carro da Ford tem mais espaço, na traseira há equilíbrio:
são apenas razoáveis em altura (pessoas de média estatura já encostam a
cabeça no teto) e acomodação das pernas, modestos em largura e um tanto
apertados para três ocupantes, embora o quinto passageiro tenha relativo
conforto.
A GM conseguiu um bom porta-malas no Prisma, de 439 litros, maior até
que os de Astra e Corsa Sedan. Mas perde para os 487 l do Fiesta, que
tem como vantagens adicionais a tampa com
dobradiças pantográficas (as do concorrente são enormes braços, que
podem amassar a bagagem se não se deixar espaço reservado) e o banco
traseiro com encosto bipartido. Neste aspecto, o vão livre ao rebater o
banco do Prisma é bastante limitado e torna o recurso quase inútil.
Comuns a ambos são o vão de acesso ao porta-malas algo estreito, uma
infeliz tendência em sedãs, e o uso de roda de aço no estepe em vez de
alumínio. A tampa pode ser aberta por alavanca no assoalho no Chevrolet
e botão no painel no Ford (neste, também pelo controle remoto), mas a GM
deveria rever a carga das molas, que empurram a tampa rapidamente até a
abertura completa e podem até ferir alguém desavisado.
Continua
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