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Mais leve, o Palio acelera bem e
consome menos, mas não agrada pela suspensão, que perdeu estabilidade;
houve retrocesso também nos faróis de refletor simples



O comportamento dinâmico do Polo
está à altura do ótimo desempenho do motor: a impressão é de que o carro
foi projetado com a potência de 150 cv em mente |
Acelere forte numa saída do trânsito e o contraste aparece. O GTI está
sempre firme, com movimentos de carroceria controlados e aderência das
melhores — mérito também dos excelentes pneus Dunlop SP Sport Maxx
alemães em medida 205/45-16. O rodar não chega a ser desconfortável nem
é preciso passar a quase zero em lombadas, apesar do menor vão livre do
solo. Claro, algum cuidado extra é preciso para não danificar os pneus
de perfil tão baixo. Em curvas de qualquer raio, o acerto da suspensão é
perfeito para se dirigir rápido. Controle de
estabilidade? Está lá, mas é possível se divertir um bocado antes
que ele entre em ação. E pode ser desativado, de qualquer forma.
Com
o 1.8R o quadro é bem diferente. Os Palios não são expoentes em comportamento
dinâmico, mas esta versão havia conseguido bom resultado com a
recalibração de molas, amortecedores e estabilizadores, além dos pneus
185/60-14. Eis que a Fiat resolveu atender aos pedidos de rodas de 15
pol e, em vez de adotar perfil mais baixo (talvez para manter a
resistência a buracos), passou à medida 185/60-15.
O carro assumiu um rodar estranho, típico do uso de pneus errados. A
suspensão tem curso curto, pois usa molas mais baixas que as dos outros
Palios, mas os pneus maiores (12 mm a mais de raio) levaram a altura de
rodagem de volta ao padrão das versões não esportivas. Com isso, mais o
pequeno entreeixos e certa falta de carga em molas e amortecedores, a
carroceria se movimenta muito: a frente sobe nas acelerações e afunda
nas freadas, falta precisão nas curvas e há perdas de tração com
facilidade ao andar mais forte. E nem por isso o carro passa macio em
lombadas, nas quais continua um tanto "seco". A Fiat deveria rever molas
e amortecedores e talvez usar pneus de perfil mais baixo, para manter o
diâmetro previsto no projeto.
O Polo também é superior nos freios, a disco nas quatro rodas com
sistema antitravamento (ABS) e assistência
adicional em frenagens de emergência. Apenas o ABS é opcional no
Palio, que usa tambores na traseira. Já o câmbio do GTI não pareceu tão
agradável quanto no modelo nacional da VW, ficando no mesmo patamar do
1.8R. Só que a Fiat deveria eliminar a trava redundante contra engate
involuntário da ré, que só dificulta o uso (no Polo a trava é necessária
pela posição dessa marcha, junto à primeira). Os sistemas de direção
usam assistência hidráulica e são equivalentes.
O 1.8R regrediu em faróis para 2008, ao trocar as unidades de
duplo refletor pelas simples, na
contramão do que ocorreu com Fiesta e Fox. Se a perda é discreta no
facho baixo, em alto nota-se grande diferença, pois agora um facho apaga
o outro, deixando uma área escura à frente do carro. A Fiat também não
aplica luz de neblina traseira, ajuste elétrico do facho dos faróis e
repetidores laterais das luzes de direção, presentes no GTI e
obrigatórios na Europa. Faróis de neblina equipam ambos, assim como a
terceira luz de freio.
Mas o que mais incomoda no Palio, em termos de visibilidade, é o
retrovisor esquerdo plano e pequeno, que compromete o campo de visão. O
motivo é que o espelho surgiu com lente
biconvexa, como a do Polo, mas por alguma razão — imagina o leitor
que possa ser redução de custos? — ela foi trocada pela plana, que ficou
pequena demais. Também se estranham nele as novas e espessas colunas
traseiras do três-portas. E o VW leva vantagem em segurança passiva:
traz de série bolsas infláveis frontais e laterais dianteiras (apenas as
frontais são disponíveis no Fiat, como opcional) e estende o cinto de
três pontos ao quinto
ocupante, que dispõe de encosto de cabeça nos dois modelos.
Continua
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