


Volante revestido em couro e
quadro de instrumentos são novidades do 1.8R, que traz opção de faróis e
limpadores automáticos e retrovisor interno fotocrômico



Parecido com o Polo nacional,
o GTI tem acabamento esportivo, sistema de áudio de melhor qualidade que
o do Palio e ar-condicionado com controle automático |
Ao contrário do que esperávamos, o Polo importado usa o mesmo padrão de
plásticos do nacional, apenas mediano como o do Palio. Também se
equivalem nos painéis, que incluem computador de bordo com duas
medições. O GTI mantém a iluminação em azul e vermelho de alguns
Volkswagens brasileiros, em que falta contraste com o fundo preto. A luz
vermelha do 1.8R está adequada à proposta e facilita a leitura, mas
deveria se repetir no rádio e nos comandos de ventilação, que mantêm o
laranja dos outros Palios. Seu grafismo evoluiu em relação ao antigo,
que tentava sem sucesso simular o relevo de uma moldura com um simples
adesivo.
Qualidade conhecida no Polo, a posição de dirigir está ainda melhor no
esportivo com o banco bem envolvente e anatômico. O Palio fica longe
nesse quesito, seja pelo encosto mole na região lombar, que cansa após
algum tempo, seja por não trazer ajuste longitudinal do volante nem o de
altura do banco — este pode equipar apenas o cinco-portas, o que é
incompreensível. Os sistemas de áudio usam aparelho amplo e lêem
arquivos MP3, mas a baixa qualidade
sonora do Fiat é inaceitável em um carro com sua proposta.
Bem-equipado, o GTI traz itens ausentes do concorrente, como
ar-condicionado automático, porta-copos escamoteável no painel, comando
da terceira porta na chave (no Palio, só a alavanca no assoalho),
pára-sóis com espelhos iluminados e destravamento da porta do motorista
em separado. Seus controles elétricos de vidros têm
função um-toque (no Palio só para o do
motorista), sensor antiesmagamento,
abertura e fechamento comandados pela chave. Falta aos dois carros o
temporizador.
O 1.8R também tem detalhes exclusivos: faróis e limpador de pára-brisa
automáticos (no Polo há só um ajuste manual do intervalo do limpador),
travamento das portas ao rodar, sistema viva-voz
Bluetooth para celular,
retrovisor interno fotocrômico,
porta-óculos de teto (em um plástico que até o Mille deveria ter
vergonha de usar) e faixa degradê no pára-brisa — rara na Europa, onde o
sol não incomoda como aqui. Ambos vêm ainda com comando interno do bocal
do tanque e indicador de temperatura externa, mas não teto solar.
O novo Palio mostra simplificação em vários itens: perdeu boa parte do
revestimento plástico na face interna da terceira porta, o carpete na
cobertura do compartimento de bagagem (pode haver outra razão, mas o
carro passa aos ocupantes muito ruído vindo da traseira, como ao rodar
em piso molhado), as luzes de leitura dianteiras e a lingüeta para
liberar a trava de segurança do capô. Mas nada incomoda tanto quanto a
nova chave com comandos de travamento das portas e ativação do alarme: a
posição dos botões faz o motorista apertá-los sem querer ao dar partida
ou desligar o motor.
O espaço no banco traseiro é adequado para duas pessoas, pois falta
largura para três. O Polo acomoda melhor as pernas, mas o ocupante
central sofre com o encosto duro, no que o Palio é melhor. A Fiat aplicou ao banco dianteiro
direito o recurso de correr para frente ao ser rebatido, o que facilita
o acesso de quem viaja atrás, mas não incluiu memorização de ajuste
longitudinal: ao voltar o banco à posição normal, o assento fica todo
para trás e requer nova regulagem. De qualquer modo, o VW nem esse
recurso tem.
A capacidade dos porta-malas é praticamente igual: 275 litros no Palio e 270
no Polo. O Fiat perdeu 15 l em relação aos anos anteriores porque o novo
estepe, de mesma medida dos demais pneus (185/60-15), deixou o assoalho
mais alto e irregular. Mas ele vem com roda de aço, ao contrário do VW,
que usa uma de alumínio em pneus 205/45-16 como os outros. Nos dois
modelos o banco traseiro é bipartido 60/40.
Continua
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