Mesmo sendo um dos mais
agradáveis da categoria, o desenho do Corsa está há quatro anos sem
atualização
O Polo é equilibrado e ganhou
ar mais moderno com a frente e as lanternas traseiras adotadas para 2007 |
Concepção e
estilo
O Corsa surgiu na linha
da Opel alemã em 1982 (leia história) e na da Chevrolet brasileira em 1994, já na
segunda geração, lançada um ano antes na Europa. A atual apareceu lá em
2000 e aqui dois anos mais tarde, mas a versão de três volumes — como já
ocorrera na anterior — foi projetada no Brasil, por atender a uma
preferência que não se repete em muitos mercados. Em maio passado os
germânicos apresentaram a quarta geração do Corsa, ainda sem previsão de
ser feita aqui.
O Polo existe na Alemanha há mais tempo, desde 1975, tendo trocado de geração em
1981 e 1994 (leia história). Os brasileiros conheceram o sedã Classic argentino em 1996 e
ganharam o modelo atual em 2002, com versões hatch e sedã, esta não
fabricada na Europa. Agora em
setembro a versão brasileira padronizou-se em estilo à alemã, ganhando a
nova frente e os retoques na traseira feitos lá em 2005.
Ambos são bem desenhados e agradáveis, dentro do que se pode fazer em
sedãs deste porte. A traseira do Corsa revela inspiração na do Vectra da
geração passada, enquanto a do Polo lembra um pouco a do
Phaeton, o topo
de linha da VW alemã. A solução de três janelas por lado, no carro da
GM, permite uma coluna traseira mais estreita e beneficia a
visibilidade, embora deixe de transmitir a sensação de solidez que a
marca tem priorizado em outros sedãs. Negativo no Corsa é o fato de
estar há mais de quatro anos sem mudanças de estilo: mesmo que permaneça
atual, para o comprador fica a sensação de que seu novo carro possa
ficar defasado da noite para o dia.
As dimensões externas são próximas entre eles, com mais 28 mm de
comprimento e 71 mm de altura no Polo, entreeixos 24 mm maior no Corsa e
largura quase igual. Em aerodinâmica o Chevrolet leva vantagem, tanto
pelo Cx mais baixo (0,306 ante 0,32)
quanto pela área frontal 5% menor.
Conforto
e conveniência
Embora estejam entre os
melhores da categoria em acabamento e aspecto dos materiais internos,
eles são apenas medianos nesse quesito. Os plásticos são algo rígidos e
o revestimento dos bancos está longe de sugerir luxo — no Corsa é um
tanto pobre e no Polo, se mais agradável ao tato, apela para cor e
padrão de gosto discutível. Ao menos aparentam montagem e construção
bem-cuidadas, sem rebarbas no acabamento ou peças de aspecto frágil,
presentes em concorrentes como o Fiesta ou sedãs mais baratos como o
Prisma.
Os ajustes do volante do VW em altura e profundidade associam-se à
regulagem de altura do assento, que também existe no Chevrolet, para uma
posição de dirigir confortável e de fácil adequação a diferentes
motoristas. No Corsa não agrada o tipo de ajuste de altura, feito pela
maior ou menor aplicação do próprio peso do corpo. Os bancos são cômodos
nos dois carros, mas os do Polo deveriam ter maior apoio para as coxas.
Os volantes de três raios, corretos em desenho, vêm revestidos em couro
nestas versões, mas a GM deveria manter o comando de buzina na almofada
central quando há bolsa inflável — os dois botões são difíceis de
encontrar em emergências até o motorista se acostumar.
Continua
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