

A suspensão macia do Fiat
privilegia o conforto, mas prejudica o comportamento: a calibragem do
1,8 seria bem-vinda ao 1,25


Rodar mais firme honra a
tradição de estabilidade da Peugeot, embora com menos conforto que no
concorrente |
O funcionamento dos motores é correto quanto
a ruídos e vibração, o Fiat parecendo pouco melhor, mas se nota nele
certa "perda de embalo" no crescimento de rotações, típica de motores
calibrados para render mais em baixa às custas da potência em alta. O
saudoso 16-válvulas de 80 cv era bem superior nesse aspecto, além de
possuir acelerador eletrônico (o atual
a cabo, porém, opera com suavidade).
Ambos têm um bom conjunto, com engates precisos de câmbio (a ré do 206 é
que é mais fácil, por não usar um anel-trava desnecessário como a do
Palio), direção leve e de respostas rápidas, freios corretos (com opção
de sistema antitravamento, ABS, só no Fiat). Mas se distinguem pela suspensão: além
dos conceitos diferentes na traseira (saiba
mais sobre técnica), a calibragem do Fiat é mais macia e
confortável, enquanto a do Peugeot privilegia o comportamento.
Em termos técnicos, o sistema independente do 206 é superior, mas seu
rodar é mais duro — embora já melhore bastante na versão 1,4-litro, com
estabilizador, em relação à 1,0. No Palio, por outro lado, fica evidente
o excesso em suavizar a suspensão, deixando o carro "bobo" nas curvas e
manobras rápidas de direção. Estender a calibragem do novo 1,8 a toda a
linha seria uma boa medida. De resto, ambos transpõem bem as lombadas —
hoje o 206 possui batente hidráulico
nos amortecedores, desde o início reivindicado pelo BCWS.
Em segurança, favorecem o Peugeot a luz traseira de neblina (os faróis
de mesmo fim podem equipar ambos), repetidores de luzes de direção nos
pára-lamas e retrovisor esquerdo biconvexo,
contra o plano do Fiat. Nos dois os faróis são muito
eficientes, com duplo refletor de
superfície complexa, enfim adotados em todo 206. Bolsas
infláveis frontais são opcionais em ambos, podendo a do passageiro ser
desativada no Palio (o oponente não traz mais esse recurso), e há cintos
de três pontos e encostos de cabeça para quatro passageiros.
Continua
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