

O Ford (em cima) é mais arrojado, o Toyota mais conservador, mas é
difícil dizer qual tem o desenho mais elegante


Têm a mesma altura e largura, mas o Corolla (embaixo) brasileiro é 17 cm
mais longo que o Focus e que o similar europeu/japonês


As lanternas traseiras do Focus são originais no formato, mas as do
Corolla assumem um belo efeito com as luzes acesas

No Focus o compartimento do motor tem pintura mais simples, medida de
economia |
A Toyota escolheu para o Brasil a versão vendida nos Estados Unidos e
outros mercados, diferente do comercializado no Japão e Europa na
aparência da frente e da traseira. O resultado foi um carro 17
centímetros mais longo e com sensação de pertencer ao segmento dos
médio-grandes, o que sempre foi seu objetivo. Lado a lado, o Focus —
mais curto pelos
mesmos 17 cm — parece mesmo um carro menor.
Os dois transmitem modernidade, mas seguindo escolas diferentes: o
Toyota é mais arredondado, o Ford mais anguloso. São originais em
detalhes como os arcos dos pára-lamas bem pronunciados e a combinação de
formas triangulares (Focus), ou o vinco do capô que afeta a forma dos
faróis e as lanternas traseiras com elementos sobrepostos (Corolla). O
coeficiente aerodinâmico (Cx) do japonês é
expressivo, 0,296, ante 0,32 do europeu.
Qual agrada mais à maioria? Aparentemente o Toyota, pois aposta em um
estilo mais convencional, de menos provável rejeição — mas o Ford já é
superior nesse aspecto ao hatch da mesma linha, que muitos não apreciam.
Para nós, porém, ambos são atraentes e equilibrados, havendo no Focus a
vantagem de não se confundir com outros modelos da mesma marca ou de
outras.
Conforto
e conveniência
Como se espera, nestas
versões o ambiente interno é luxuoso e atraente nos dois carros:
revestimento dos bancos em couro (cinza-claro no Corolla, que preferimos
ao preto do Focus), plásticos de boa qualidade, painel de requintada
iluminação e detalhes convenientes, como a luz sobre o assoalho
dianteiro do Ford e os fartos porta-objetos do Toyota. A nosso ver, o
aplique do painel do Focus que simulava madeira escura era mais elegante
que o de tom alumínio agora utilizado.
O motorista acomoda-se bem em ambos, com vantagem para o ajuste do
volante do Focus também em profundidade. O do Corolla fica muito
distante para alguns usuários, um ponto que merecia revisão. O encosto
do SE-G tem uma reclinação prática, bombeando-se uma alavanca, e sobe e
desce junto do assento, como deveria ser no Ghia — este, porém, tem
ajuste elétrico de altura. Os volantes de quatro raios têm formato
adequado e nem o apoio do pé esquerdo foi esquecido. Mas os bancos do
Ford deixam até o corpo do motorista escorregar nas curvas, tamanha a
falta de apoio lateral.
Os instrumentos compreendem o essencial e, no caso do Focus, um
computador de bordo, que deveria informar consumo em km/l (não em
litros/100 km, como na Europa, ou milhas por galão, como nos EUA). No
Corolla o destaque é o sistema de iluminação Optitron, o mesmo usado
pela divisão de luxo Lexus, que se acende ao acionar a ignição e diminui
sua intensidade ao se ligarem as luzes externas.
Continua
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