

Agora flexível, o motor da
Ford tem mais potência, embora lide com maior peso; o rodar é mais
confortável


Também moderno, o 1,6-litro
da VW perde vivacidade neste carro, que deixa a desejar pela suspensão
dura |
Os dois motores são relativamente suaves, mas o do Eco é mais
barulhento. Em ambos nota-se que o ganho de velocidade, sobretudo ao
sair, é mais lento que nos modelos de que derivam, Fiesta e Fox, o que
no caso do VW se explica pelos pneus altos e largos demais. Um carro
de seu porte e peso não precisaria da medida 205/60-15, naturalmente
adotada para contribuir com a aparência "valente". Os do Ford são
205/65-15, também exagerados, mas ao menos o veículo é mais pesado.
O Cross é primoroso no comando de câmbio, muito leve e preciso,
um ponto alto da caixa usada também no Golf e no Polo; os do EcoSport
não decepcionam. Nos dois a assistência de direção está bem dosada e os
freios são eficientes, mas só há opção por sistema antitravamento (ABS)
no Fox.
Iguais na configuração de suspensão (veja na
ficha técnica), eles diferem no comportamento. Ao partir de um carro
estreito e alto e erguê-lo ainda mais, a VW optou por uma calibração bem
firme, que consegue boa estabilidade mas penaliza o
conforto de rodagem. No Eco, talvez pelo
fato de o projeto da carroceria já ter previsto um grande vão livre do
solo, o rodar é um pouco mais macio e o comportamento dinâmico agrada,
como em todo Ford atual.
Como não se tratam de modelos fora-de-estrada, o BCWS limitou-se
a rodar em caminhos de terra regulares. Ambos mostraram ótimo vão livre
do solo, o que traz tranqüilidade em pisos desnivelados, mas os pneus
para asfalto não servem para barro ou terra molhada, perdendo aderência
com facilidade.
Há no CrossFox um problema sério de segurança: as
colunas dianteiras obstruem bastante a visão, sobretudo para o lado
esquerdo. Não é difícil se esconder ali um pedestre ou condutor de veículo
de duas rodas e, em uma estrada sinuosa, o motorista precisa às vezes
olhar pela janela de sua porta... É mesmo desconcertante como várias marcas têm negligenciado
esse fator ao projetar modelos altos e com colunas avançadas, o que inclui as minivans Meriva e
Xsara Picasso.
À parte esse problema, os itens de
segurança ativa são equivalentes nos dois: faróis de
superfície complexa com um só
refletor, opção de unidades contra neblina, terceira luz de freio.
Vantagens do Cross são os faróis de longo alcance, que se acendem e
relampejam junto do facho alto (não há botão para acionamento
independente), e a luz traseira de neblina. Quanto à
segurança passiva, novo equilíbrio:
vêm com cintos de três pontos e encostos de cabeça para apenas quatro
dos ocupantes e cobram à parte as bolsas infláveis frontais.
Continua
|