Corsa: um desenho ainda atual
e agradável, que fica mais atraente com os acessórios e rodas da versão
SS
C3: estilo moderno, embora
polêmico, e uma aposta na robustez com os elementos em preto e barras de
teto
Palio: linhas que agradam
após duas reestilizações, mas a decoração do 1.8R é exagerada para
alguns |
Concepção e
estilo
São carros bem
conhecidos nossos: o Palio, lançado no Brasil em 1996 e remodelado para
2001 e 2004; o Corsa de terceira geração, que surgiu na Europa em 2000 e
aqui dois anos mais tarde; e o C3, nascido em 2001 na França e
nacionalizado em 2003. O Fiat nunca foi vendido nos grandes mercados
europeus, mas ainda é feito em diversos países com o mesmo desenho do
nacional, que muda nos próximos meses. O Chevrolet está dando lugar no
exterior (onde é um Opel) à quarta
geração, enquanto o Citroën permanece em produção lá como aqui,
salvo por detalhes estéticos.
São do C3 as formas mais originais, inspiradas no lendário
2CV e que não se confundem com as
de outro carro. Os outros são mais convencionais e, se não estão ainda
defasados — um mérito do Palio aos 10 anos de mercado —, chamam pouca a
atenção pelas linhas. Só que a decoração destas versões muda esse
quadro.
O SS segue a linha mais comum em esportivos, baseada em itens
aerodinâmicos (defletores dianteiro e de teto, saias laterais e
traseira), e adiciona itens em prateado e bonitas rodas —que deveriam
ser de 15 pol e não 14, porém. Esta crítica estende-se ao 1.8R, cuja
receita parece resgatar a do Uno 1.5R
e de outros esportivos do passado: em vez de defletores, uma profusão de
faixas decorativas, de gosto questionável. Os dois usam ainda máscara
negra nos faróis e lanternas traseiras em novos tons. No C3 a proposta é
diferente: pára-choques, saias laterais e molduras nos pára-lamas em
preto-fosco, detalhe em prateado junto aos faróis de neblina e barras de
teto, além de rodas (de 15 pol) e lanternas exclusivas.
O melhor coeficiente aerodinâmico (Cx) é
o do C3, 0,31, ante 0,327 do Corsa e estimado 0,33 do Palio (que era o
fornecido para o modelo inicial). Mas o Citroën tem área
frontal cerca de 8% maior que a dos outros, de modo que a multiplicação
dos números o deixa em leve inferioridade.
Conforto
e conveniência
GM e Fiat apostam no
destaque da cor vermelha para chamar atenção aos interiores, enquanto a
Citroën opta pela sobriedade do revestimento dos bancos em couro preto
(de série), com o logotipo da versão bordado nos encostos. O Corsa é o
mais ousado, com o vermelho aplicado a boa parte do tecido dos bancos e
das portas, o que divide opiniões. No Palio a cor aparece só nos cintos
— outra herança do 1.5R — e em uma linha por dentro dos furos do
revestimento, de bom gosto. Os três estão na média da categoria — apenas
regulares, portanto — na qualidade dos materiais, sobretudo plásticos.
É fácil encontrar a posição de dirigir ideal no C3, com o volante
ajustável em altura (como no Palio) e profundidade, além da regulagem de
altura do banco, que o 1.8R só tem quando dotado de bolsas infláveis
laterais. No SS e no XTR, porém, este ajuste é feito com o motorista
aplicando mais ou menos peso ao assento, um meio pouco prático. Também
não gostamos da reclinação do encosto do C3 por alavanca, com pontos
pré-definidos. Só o Palio usa bancos diferentes das demais versões, mais
envolventes, mas os três são relativamente confortáveis.
O painel do C3, com velocímetro digital e marcadores de
temperatura e combustível por barras, é fácil de ler e original na
aparência. Os demais usam instrumentos analógicos de leitura correta e,
no caso do Corsa, a iluminação em vermelho (como no Palio) sobre fundo
preto é muito mais agradável e funcional que os dois padrões usados em
outras versões da linha.
Continua
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