

O motor 1,8 do Corsa tem boa
vantagem em torque e teve as vibrações reduzidas; sua suspensão combina
estabilidade, robustez e relativo conforto de rodagem


O 1,6 16V do C3 está mais
áspero ao rodar com álcool, mas ainda agrada em suavidade; embora seja
estável e tenha rodar confortável, sua suspensão é ruidosa |
A
GM atacou um ponto crítico de seu propulsor, o funcionamento
áspero a partir de 3.500 rpm. Agora ele reclama bem menos em
"esticadas", mas ainda não prima pela suavidade. Já o da
Citroën, que sempre foi expoente nesse aspecto, tornou-se um pouco
áspero ao rodar com álcool (provável efeito do maior avanço de ignição,
já que a taxa de compressão é a mesma da versão a gasolina), sem chegar
a incomodar. O C3 é melhor também na absorção de ruídos — hoje um
inconveniente do Corsa, que deixa clara a "depenação"
de revestimentos desde 2002.
O C3 havia ganho para 2005 novo sistema de engates do câmbio, que tornou
as mudanças leves e precisas. Está mais agradável que o do Corsa e tem,
como vantagem adicional, ótimo engate da ré ao lado da quarta, sem
travas redundantes (a GM usa anel-trava, necessário neste caso, pois a
ré fica no mesmo local da primeira). Mas o grande destaque da marca
francesa é a excelente assistência elétrica de direção, que deixa o
volante levíssimo — talvez o mais leve em um carro nacional — em
velocidade bem baixa, sem deixar de ser preciso em alta. No Corsa o
sistema hidráulico opera bem, mas sem brilho.
Comportamento dinâmico é sempre um ponto positivo na Citroën, regra que
seu pequeno não descumpre: apesar de mais alto que o concorrente, pode
tomar as curvas como um esportivo, com notável precisão e reações que
não pegam o motorista de surpresa. Contudo, aqui o Corsa também agrada
muito — e com a vantagem de menor ruído e maior sensação de solidez em
pisos irregulares, onde os dois carros têm rodar firmes, sem chegar ao
desconforto. Lombadas não constituem problema para ambos.
O C3 está mais bem-servido de freios, com discos também na traseira e assistência adicional
em emergências (AFU), além do antitravamento (ABS), que o Corsa
também oferece. Mas a Citroën deixou muito acentuada a assistência
normal, que gera sobressaltos em freadas comuns. Não se trata, a nosso ver, de problema relacionado ao AFU,
que não age em condições normais, mas merecia uma recalibração.
São carros bem-equipados de faróis, com
duplo refletor de superfície complexa
e unidades para neblina à frente e atrás. Só o C3 vem com repetidores
laterais das luzes de direção e retrovisor esquerdo
convexo, mas ele perdeu (a depenação de novo...) o ajuste elétrico do facho dos faróis, ainda presente
no Corsa. Terceira luz de freio equipa ambos. Em
segurança passiva, o Exclusive traz de
série bolsas infláveis frontais, que o concorrente em versão Premium
ainda cobra à parte. Só o Corsa oferece cinto de três pontos para o
ocupante central traseiro, que fica sem encosto de cabeça em ambos.
Continua
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