


Sem gastar com materiais
caros, a GM conseguiu notável evolução interna no Celta, que agora tem
um painel bem desenhado e instrumentos de fácil leitura



O Clio Authentique tem
acabamento simples e não traz conta-giros, mas vence o Celta no conforto
ao dirigir, com banco, volante e pedais mais bem posicionados |
Um ponto onde o
Chevrolet não evoluiu, embora precisasse, é a posição de dirigir. O
motorista continua um pouco espremido entre o assento alto (e curto nas
coxas) e o volante baixo, além de faltar espaço à perna esquerda pela
intrusão da caixa de roda. Ainda, o volante torto deixa o braço esquerdo
mais esticado que o direito. Nada disso incomoda no Renault, que permite
uma posição confortável e tem bancos dianteiros dos melhores da
categoria.
No Clio 2006 os botões do controle elétrico dos vidros passaram do
console para as portas (exceto no Authentique três-portas), mudança há
muito reivindicada. O mesmo ocorreu com o novo Celta, que tem as
vantagens da função um-toque,
sensor antiesmagamento e fechamento
automático ao travar o carro, mas a unidade avaliada não tinha o
acessório. Faltam ao Renault o
temporizador dos comandos, mas há outras vantagens, como travamento das portas ao rodar, botão da trava central
no console (acessível ao passageiro) e abertura da
porta do motorista em separado por fora, uma medida de
segurança. E ele vem de fábrica com os comandos elétricos citados e
controle remoto de travamento, que no concorrente precisam ser
instalados em concessionária.
Outros detalhes que favorecem o Clio: luz interna temporizada e com
apagamento gradual, seu acionamento pelas quatro portas (só pela do
motorista no Celta, inaceitável nesta versão Super), destravamento da
tampa traseira junto das portas (basta apertar um botão para abrir,
enquanto o concorrente requer o uso da chave), comutador de farol apenas
de puxar (e que não deixa que seja aceso já em facho alto), pára-brisa
com faixa degradê (existia no Celta antes), iluminação no compartimento
de bagagem, cinzeiro e acendedor de cigarros.
Vantagens do Celta são o console central com porta-objetos (há absoluta
falta de espaço para pequenos itens no Clio), bancos em tecido também na
parte traseira dos encostos dianteiros, limpador de pára-brisa com
função uma-varrida e alça de teto para o passageiro à frente (nenhuma no
concorrente). O carro avaliado trazia o rádio/toca-CDs vendido nas
concessionárias, que lê MP3 e tem
aparência chamativa (demais a nosso ver), mas deveria vir com uma lupa
para o uso dos minúsculos botões...
Outras melhorias dignas de nota no Chevrolet: local para alto-falantes
nas portas dianteiras (antes, só embaixo do painel), sirene de alerta
para luzes acesas (melhor solução que cortá-las junto da ignição ou
deixá-las ligadas sem aviso, com risco de descarregar a bateria, ambos
os métodos usados nos últimos anos), comando de buzina na almofada do
volante (era o único carro nacional com o botão na alavanca esquerda da
coluna de direção, um risco em emergência para quem está habituado a
outro modelo) e espelho no pára-sol do passageiro. Só que em tudo isso
ele só se equipara ao Renault, assim como na iluminação interna precária
— só uma luz na dianteira. Também desapareceu a aberração dos bancos
dianteiros rebatíveis na versão de cinco portas.
Nenhum deles é expoente em espaço interno: só acomodam bem dois adultos
não muito altos e três crianças, já que o banco traseiro é limitado em
altura e largura. O compartimento de bagagem também é modesto em ambos,
para 260 litros no Celta e 255 no Clio, um empate técnico. Nos dois o
banco traseiro é inteiriço e o estepe fica por dentro, sob o assoalho,
com pneu igual aos demais.
Continua
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