Potência, torque, peso,
aerodinâmica, relações de marcha: são tantas as variáveis que
influem no desempenho e no consumo de um carro que não seria
possível apontar os vencedores em cada item sem a completa
simulação elaborada para o BCWS pelo consultor Iran
Cartaxo.
Com efeito, como se esperava, não houve um líder absoluto, mas o
Astra abastecido com álcool ficou sempre bem colocado em termos
de desempenho.
Em velocidade máxima venceram o Corolla e o Astra com álcool,
ficando o Civic em último. As marcas japonesas recorrem a uma
quarta marcha longa, sobremarcha,
cabendo à terceira levar o carro à velocidade final, com o motor
"esgoelando" no limite de rotações. Os outros dois modelos
chegam à máxima em quarta, mas com regime bem abaixo do que
corresponde à maior potência.
O câmbio mais curto é o do Focus, o mais longo o do Corolla, o
que afeta a rotação em viagem e o conforto, através do nível de
ruído. Fato curioso é que, se dotados de câmbio manual, o Toyota
é que seria bem mais curto que o Ford. Ao contrário da japonesa,
a marca americana encurtou o diferencial do modelo vendido aqui
ao trazer do exterior (EUA, no caso) o câmbio automático, o que
explica o fato.
Em aceleração a vantagem é do Astra com álcool, sendo o Civic
novamente o mais lento. Mesmo nesse tipo de prova, o baixo
torque influi negativamente para o Honda, pois nas mudanças de
marcha o motor cai em um regime de rotações em que há menos
potência que nos concorrentes, apesar de o valor máximo (130 cv)
estar bem situado dentro do grupo.
Nas retomadas, porém, a situação melhora para ele. Os câmbios
longos permitem aos japoneses reduzirem mais marchas quando o
acelerador é pressionado a fundo, sem exceder o limite de giros
do motor, o que torna o Corolla o mais ágil e deixa o Civic em
boa posição no caso do 80-120 km/h. Por outro lado, o Honda
reassume a "lanterna" no 60-100 km/h.
E quanto ao consumo? Não resta dúvida que a combinação de menor
cilindrada, comando com sistemas de variação (VTEC e VVTi) e
câmbio com sobremarcha dos nipônicos traz vantagem, como se nota
pelos ótimos números no ciclo rodoviário. Mesmo na cidade são
bem mais econômicos que os demais, com o Civic à frente, ficando
o Focus em último lugar.
No caso do Astra, usar álcool implica rodar 30% a menos na
estrada e 35% a menos na cidade com um litro. É um
aumento de consumo acima do usual (de 25% a 30%), que pode
tornar inútil o motor flexível caso o combustível vegetal supere
60% do preço da gasolina, no uso urbano, ou 65% no rodoviário.
Mesmo nessa hipótese, porém, o dono do Flexpower terá o
benefício do melhor desempenho em relação ao antigo motor de um
só combustível. |



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