


206 SW: motor com maior
potência e 16 válvulas, faróis de duplo refletor, rodas de 14 pol,
retrovisor convexo


Parati: motor com cilindrada
e torque maiores, rodas de 15 pol, suspensão elevada e faróis de
refletor simples |
Mecânica,
comportamento
e segurança
A
antiga competição entre maior cilindrada e recursos para ganhar potência
aparece mais uma vez: enquanto o motor da Parati tem 1,8 litro e duas
válvulas por cilindro, o da 206 SW usa duplo comando e quatro válvulas
por cilindro para compensar seu menor deslocamento, 1,6 litro. E
consegue seu intuito em potência, com 110 cv a gasolina e 113 a álcool,
contra 103/106 cv da oponente. Mas a VW vence por boa margem em torque:
16 e 15,5 m.kgf, ante 15,5 e 14,2 m.kgf da Peugeot, na mesma ordem de
combustíveis. É curioso que o motor desta última tenha perdido
torque com gasolina ao se tornar flexível.
Ao rodar com álcool, ambos os propulsores mostram funcionamento um pouco
áspero, apesar da relação r/l correta
(saiba mais sobre técnica). Mas o da
206 SW é muito suave ao usar gasolina e tem um agradável ronco em alta
rotação que convida a acelerar, característica até inesperada em um
carro familiar. Já o da Parati, sem gerar entusiasmo, incomoda um pouco
pelo nível de ruído em
velocidades de viagem, apesar das relações mais longas nas marchas
superiores.
A liderança em desempenho alterna-se: em velocidade máxima vence a
Peugeot, em aceleração a VW. As duas oferecem respostas bem adequadas à
proposta de uso e a Parati é superior em baixas rotações, embora a 206
não decepcione. Já em consumo a vantagem é desta última em todas as
condições simuladas, com álcool ou gasolina (veja
resultados e análise detalhada).
Nas duas o câmbio tem comando leve e preciso, com marcha à ré de fácil
engate, ao lado da quarta. A Parati há alguns anos perdeu a trava contra
engate involuntário, que exigia apertar a alavanca para baixo, mas era
redundante por haver bloqueio interno na caixa. Ambas usam assistência
hidráulica na direção, com bom resultado em maciez e precisão, e têm
freios bem dimensionados, com sistema antitravamento (ABS) opcional na
VW e de série na Peugeot.
A Parati Comfortline pode vir com a suspensão elevada, introduzida pela
antiga versão Crossover, com 18 mm adicionais de altura que se somam aos
9 mm dos pneus (195/55-15 em vez de 185/60-14). Seu comportamento
dinâmico é pouco afetado pela mudança e ainda transmite confiança,
embora a carga dos amortecedores dianteiros pudesse ser maior. Boa
estabilidade também se nota na 206 SW e, como na concorrente, o rodar
tem relativo conforto, ajudado pelo alto perfil dos pneus (185/65-14).
Passar por lombadas hoje é tranqüilo com a Peugeot, ao contrário dos 206
de algum tempo atrás, que produziam um ruído de fim de curso pela falta
de batente hidráulico nos
amortecedores.
Com a perda do duplo refletor nos
faróis da linha 2006, a Parati ficou em desvantagem em
relação à 206 SW. As duas possuem unidades de neblina à frente e atrás e
luz suplementar de freio, mas só a Peugeot traz ajuste elétrico do facho
dos faróis e um excelente retrovisor esquerdo
biconvexo, com campo visual bem maior. Em
segurança passiva, novo retrocesso da VW,
que eliminou a opção de bolsas infláveis na "Geração 4" — e são de série
na concorrente. Mas nas duas o quinto ocupante fica sem encosto de
cabeça e cinto de três pontos.
Continua
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