A favor da Alfa têm-se a indicação de que porta está mal fechada (apenas um aviso geral na Volvo), temporizador regulável do limpador de pára-brisa, quatro alças de teto (apenas as traseiras na V40, uma surpresa), rede enrolável atrás do banco traseiro (ideal para transportar animais e evitar que objetos rolem à frente em frenagens), tomada de energia 12 volts no porta-malas e uma luz vermelha em sua tampa quando aberta -- boa solução, pois sinaliza a outros motoristas antes mesmo que o usuário monte o triângulo. Além disso, a 156 tem o bocal de abastecimento do lado direito, o correto para nós -- na V40 é o contrário, assim como a saída de escapamento, à direita.

Outros bons detalhes aplicam-se a ambas, como pára-sóis com espelhos iluminados, luz de aviso de cinto não-atado (na Volvo há também um tic-tic-tic que nunca desiste, boa solução por não irritar como certas sinetas), indicador da temperatura externa e teto solar com comando elétrico. Também são comuns as ausências de faixa degradê no pára-brisa, travamento automático das portas ao rodar e alarme com proteção por ultra-som, importantes no Brasil.

Optar por estas peruas significa abdicar do espaço e conforto habitual desses veículos. Em ambas o banco traseiro acomoda bem dois adultos, mas a largura e o espaço para pernas são apenas medianos para três pessoas (para as cabeças é bom). O terceiro passageiro não vai gostar muito da V40 e reclamará ainda mais da 156. Outro inconveniente de uma sport-wagon: a bagagem não tem prioridade sobre seu prazer ao volante; logo, o espaço para as malas da família não é dos maiores.

Na Alfa são apenas 360 litros, menos até que no sedã correspondente, o que só se desculpa pela esportividade do carro; na Volvo, adequados 470 litros. Em ambas há cobertura enrolável, banco traseiro bipartido e rede para retenção de objetos. E se o estepe da 156 possui roda de aço em vez de alumínio, o da V40 é ainda pior: um modesto pneu 175/65-15, que requer moderação ao volante quando utilizado.

Mecânica, comportamento e segurança   Se até aqui as diferenças eram significativas, agora ficarão ainda maiores. Em comum, apenas a configuração básica: quatro cilindros, 2,0 litros, 16 válvulas. Só que a V40 utiliza turbocompressor e resfriador de ar (intercooler) -- e isso muda tudo em seu comportamento, se comparado ao motor de aspiração natural da 156.

Os Volvos superalimentados -- mesmo os de alta pressão, como este da versão T4, que trabalha com até 0,95 kg/cm2 -- são bastante suaves e progressivos, entregando torque generoso em rotações como 2.000 giros. A V40 poderia ser dirigida pela vovó até o supermercado sem sustos, mas está apta a se transformar num carro-esporte ao comando do pé direito: uma pressão a mais, uma redução da transmissão automática e as costas colam no banco, enquanto os pneus 205/50-16 fazem o que podem para manter o contato com o solo. Deliciosa. Continua