Conforto e conveniência   A primeira impressão de quem entra no Focus é sua altura, superior à do Marea (3 cm a mais) e à média do segmento. A segunda é que o bom acabamento tradicional da Ford, que havia se perdido nos modelos menores da marca por força da redução de custos, está de volta: revestimentos agradáveis nos bancos e portas (parte destas em um material que parece couro), plásticos de ótima qualidade (muito acima do concorrente), detalhes imitando madeira escura no painel e nas portas.

Revestimentos agradáveis, ótimos plásticos, boa ergonomia e maior espaço
para as pernas no banco traseiro: pontos positivos do Focus

O Marea está um pouco atrás nesses aspectos, denotando suas origens de carro médio-pequeno, ainda que a Fiat tente vendê-lo como um médio-grande no Brasil. Mas traz o exclusivo revestimento dos bancos em couro, opcional que a Ford também deveria oferecer. Sua posição de dirigir é boa como a do oponente, ambos com regulagem elétrica da altura do banco e ajuste do apoio lombar. O Focus é dotado também de duplo ajuste do volante (apenas em altura no Marea), mas o fato de o encosto não subir e descer junto do assento dificulta encontrar a melhor posição.

Os painéis se equivalem, só que o Marea até hoje não se equiparou ao velho -- e saudoso para muitos -- Tempra no sentido de oferecer computador de bordo. Este equipa o Focus, embora devesse fornecer o consumo em km/l e não em litros por 100 km. Em contrapartida, só o Fiat tem luz de aviso de atar cinto, indicação de qual porta está aberta (apenas um aviso geral no Ford), temporizador do controle elétrico dos vidros (falta imperdoável no concorrente, que também tem função um-toque para todas as janelas e sensor antiesmagamento) e ar-condicionado com controle automático de temperatura e saída para o banco traseiro.

Bancos de couro e controle automático do ar-condicionado são exclusivos do Marea, que
fica devendo ajuste do volante em profundidade e mais conforto para o quinto ocupante

Outras vantagens do Marea são o alarme com proteção do interior por ultra-som (embora o novo chaveiro colorido seja de um tremendo mau gosto), retrovisor interno fotocrômico, alerta programável para excesso de velocidade, travamento automático das portas a 30 km/h, sistema de alívio da pressão interna (a janela baixa alguns centímetros ao abrir a porta), lavador dos faróis (muito importante ao viajar com chuva ou em estradas poeirentas), pára-brisa com faixa degradê, abertura interna da portinhola de abastecimento,  temporizador de faróis (entre 30 segundos e 5 minutos) e fechamento dos vidros ao trancar o veículo por fora.

O Focus dá o contraponto com maçanetas internas cromadas (mais fácil visualização à noite), dois porta-copos, local para caneta no console (mantê-la no bolso é perigoso em caso de colisão), manual do proprietário com versão em CD (apenas do funcionamento básico) e o prático sistema de áudio que se desliga junto da ignição (o do Marea permanece) mas pode ser ligado novamente sem a chave. A propósito, ambos vêm de série com bons toca-CDs comandados no volante ou junto dele.

Alguns itens de conveniência equipam os dois carros, tais como indicador da temperatura externa, luz de cortesia com temporizador e apagamento gradual, bom espaço para objetos. No Ford deveria ser mudado o comutador de farol alto/baixo, pois permite acendê-lo já em facho alto sem saber previamente -- arranjo que deveria ser proibido pelo Contran. Continua