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Comparativo Completo

Candidatos à coroa

Os esportivos estão acabando, mas Astra Sport e
Brava HGT vêm disputar palmo a palmo o público jovem

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Nos anos 70, o Passat TS era o símbolo de esportividade para jovens motoristas -- alguns, jovens só no comportamento --, com seu motor de 1,6 litro, quatro faróis e decoração esportiva. A coroa foi transmitida, nos 80, a Escort XR3 e Gol GT/GTS/GTi -- menores, mas ainda mais picantes. Eles a carregaram até dividi-la, já na década de 90, com Kadett e Corsa GSi, Uno Turbo e outros modelos, que acabaram desaparecendo -- vítimas do mercado limitado, alto custo de produção, seguro elevado e depreciação no momento da revenda. A raça dos hot hatches praticamente se extinguiu.

A primeira a mostrar um caminho alternativo foi a Ford, que substituiu o lendário XR3 por um insípido Escort RS -- nada mais que um conjunto de acessórios aplicado ao modelo normal de 1,8 litro. Estava aberta a receita para outros fabricantes, que a experimentaram em automóveis hatch só este ano, com dois candidatos a sucessores dos mitos do passado: Astra Sport e Brava HGT.

Quem esperava um Brava mais potente encontra no HGT uma ótima pedida: 132 cv e 0-100 em 9,5 s. Seu estilo é sutil, com spoiler traseiro e rodas de 15 pol

Partilhando com o Marea SX um saudável motor de 1,75 litro, 16 válvulas e 132 cv -- o mais potente aspirado dessa faixa de cilindrada no Brasil --, o HGT enfrentaria com mais equilíbrio o Astra GLS 16V, de dois litros e 128 cv (leia comparativo com o Xsara VTS). Mas a GM optou por utilizar, no novo "esportivo", o motor de oito válvulas e 112 cv, criando um Astra Sport que anda menos do que a versão de estilo mais pacato.

A marca alega redução de custos, e o Sport realmente tem preço convidativo: R$ 29.567, diferença de 16% em relação aos R$ 35.114 pedidos pelo HGT (preços básicos, sugeridos pelos fabricantes e vigentes em 4/8/00). Com todos os opcionais, como avaliados (exceto pintura metálica no Astra), o GM vai para R$ 36.541 e o Fiat para R$ 41.008. O Brava busca compensar essa desvantagem com melhor desempenho. Conseguirá revertê-la? É o que vamos conferir agora.

Brava e Astra são considerados dois dos mais belos hatchbacks do mercado, embora tão diversos em concepção. O Fiat é claramente arredondado, o GM mais anguloso. A ligeira defasagem de lançamento europeu (1995 e 1997, na ordem) explica certa mudança de tendências, já que a marca italiana também passou a um estilo retilíneo no recente Punto (saiba mais). Mas o Brava não parece mais antigo ou desatualizado por isso.

Pacote aerodinâmico da Irmscher alemã -- spoilers por toda a região inferior, aerofólio -- caiu muito bem ao Astra Sport, que também adota rodas de 15 pol e pneus de 195 mm
O carro feito em Betim, MG inova em detalhes como as lanternas traseiras em três segmentos e os faróis afilados, com unidades superelipsoidais para o facho baixo e de superfície complexa para o alto (há pouco estendidos a toda a linha Brava e recolocados no Marea SX). O fabricado em São Caetano do Sul, SP também adota faróis de superfície complexa e aplica o mesmo efeito às lanternas, em que se podem ver as lâmpadas.

A Fiat trabalhou pouco para dar ar esportivo ao Brava. Aplicou um spoiler à tampa do porta-malas, deixou a grade em grafite (o que consideramos discutível) e passou as rodas a 15 pol, com pneus 195/55. A GM foi além e adotou o pacote aerodinâmico desenvolvido pela Irmscher, preparadora alemã agora adquirida pela Opel, composto de spoiler dianteiro, saia no pára-choque traseiro e aerofólio.
Continua

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