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O cliente é quem manda

Ford e Renault criaram versões três-volumes para
mercados do Terceiro Mundo. Confira qual o melhor

Ford Fiesta Street Sedan 1,6 Renault Clio Sedan RT 1,6 16V
Texto e fotos: Fabrício Samahá

O acordo comercial entre Brasil e México, que nos permite importar automóveis de lá com alíquota de Imposto de Importação de apenas 8% (contra 35% dos de outras procedências), tem criado a oportunidade para alguns fabricantes de preencher lacunas em sua oferta. A Volkswagen trouxe o Bora (o Beetle já era importado antes) e a Ford, desde novembro último, vem trazendo o Fiesta Sedan.

Esse modelo tem uma origem curiosa: a partir do hatchback, a Ford concebeu um três-volumes para o mercado indiano, onde se chama Ikon, e acabou por estendê-lo a outros países. Repete-se a receita -- base de primeiro mundo, adaptação a três volumes no terceiro -- do Renault Clio, que nasceu hatch na França e tornou-se sedã na Turquia, de onde veio o desenho do modelo nacional.

Um bom trabalho de desenho no Fiesta Sedan: a traseira, atual e agradável, não destoa do conjunto e ficou melhor com o aumento de 5 cm na distância entre eixos
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Além dessa coincidência, Clio e Fiesta Sedan são semelhantes em porte (cerca de 4,2 metros de comprimento, entreeixos de 2,47 e 2,49 metros, na ordem) e potência (110 e 95 cv). Quanto a preço, o Ford sai na frente: R$ 22.900 no único acabamento com motor 1,6, contra R$ 31.490 do Renault na versão de topo RT. Mas este vem com vários equipamentos de série que no oponente são cobrados à parte ou não são disponíveis (veja relação). Com todos os opcionais, o Fiesta vai para R$ 27.098, e o Clio, para R$ 32.110. Vale lembrar que a Renault oferece também o Sedan RN, a R$ 26.990.

Concepção e estilo   O Fiesta é um veterano na linha Ford: lançada em 1989, a segunda geração (aqui vendida em 1995) foi amplamente reestilizada para 1996, chegando meses depois ao Brasil. Em 2000 recebeu mais uma nova frente (aqui um ano depois) e, no último Salão de Frankfurt, surgiu a terceira geração, que chega em maio a nosso mercado (leia segredo). O três-volumes, por outro lado, existe desde 1999 na Índia e 2000 na África do Sul e México, devendo permanecer por algum tempo nesses países e... no Brasil.

Bem mais recente, o Clio de segunda geração nasceu na Europa em 1998, desembarcando por aqui no ano seguinte. O Sedan foi lançado na Turquia em 1999, como Symbol, e no Brasil um ano depois. Em 2001 os europeus viram sua remodelação frontal, que a Renault está demorando a nos trazer.

Clique para ampliar a imagem O Clio Sedan está longe de ser harmônico: colunas largas, vidro traseiro arredondado e um porta-malas muito "liso" dão a impressão de uma adaptação pouco criteriosa

Lado a lado, a modernidade do Renault aparece nas formas suaves, em especial as da cabine, que no Ford é retilínea e traz janelas mais verticais. Só que mais novo não significa mais bonito -- e o Fiesta dá um banho no oponente em equilíbrio de linhas. Sua traseira agrada bastante, com as grandes lanternas que contornam a parte superior da tampa do porta-malas, enquanto a distância entre eixos 5 cm maior que no hatch traz harmonia ao conjunto. Trata-se de um dos melhores casos de transformação de um hatch pequeno em três-volumes.

Quanto ao Clio... bem, as fotos falam por si. As colunas posteriores são largas demais, o vidro tem uma estranha curvatura na parte superior e a placa no pára-choque deixa a tampa muito "vazia", como ocorria no antigo Fiat Siena. Poucos sedãs foram tão criticados pela dissonância entre a traseira adicionada e o restante já existente.
Continua

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Data de publicação deste artigo: 16/4/02

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