Concepção e estilo   O primeiro Vectra foi lançado na Europa em 1988 e aqui em 1993; o segundo, no Salão de Frankfurt de setembro de 1995 lá e cinco meses depois no Brasil. Portanto, em um ciclo de vida médio de seis a sete anos, é um carro superado. De fato, a terceira geração já existe há um ano na Alemanha, mas a GM garante que não a produzirá aqui, alegando custos de fabricação elevados.

Nosso Vectra já é passado na Europa, mas mantém muitos adeptos por aqui; apesar
dos novos pára-choques e tampa traseira, as linhas são as mesmas desde 1996

O nome Civic é um veterano, no mercado desde 1972, mas a geração atual -- a sétima -- é recente: apareceu no Salão de Paris em setembro de 2000 e, no mês seguinte, já estava no de São Paulo, marcando a primeira reformulação do carro desde sua naturalização como brasileiro, em 1997. Os cinco anos de vantagem sobre o concorrente representam quase uma geração na vida dos automóveis.

O que salva o Vectra é a felicidade de seu desenho, tão elogiado quando do lançamento. Moderno à época e muito equilibrado, com detalhes de notável inspiração como os retrovisores que "nascem" no capô, ainda hoje tem grande número de apreciadores. Nem mesmo em aerodinâmica revela sua idade, pois o Cx de 0,28 é dos melhores do segmento (o do Civic não é divulgado).

O desenho do Civic é muito atual, com linhas harmoniosas e grandes faróis;
o modelo 2003 ganhou lanternas traseiras com seção clara e elementos redondos

O modelo da Honda é certamente mais contemporâneo, como se percebe pela suavidade de linhas, o pára-brisa e o capô bastante inclinados e os grandes faróis, tendência atual que o da GM não acompanha (na linha 2003 o Civic traz lanternas traseiras com seção de efeito cristal e dois módulos circulares na seção vermelha, de bom gosto). Mas a diferença aparente entre eles é bem menor do que os tais cinco anos fariam supor.

Conforto e conveniência   A aparência interna do Vectra é praticamente a mesma há sete anos, mas a do Civic não pode ser considerada mais moderna. Seguindo o padrão japonês, este Honda tem formas e acabamento sóbrios. Assim, o ambiente interno acaba equilibrado entre os oponentes, com materiais plásticos de padrão adequado e revestimento em tecido agradável -- mais no GM, que acertou também ao trocar o tecido escuro por um cinza-claro. No Civic a parte posterior dos encostos dianteiros é revestida em vinil, de aparência pobre.

Em ambos, interior simples mas agradável e bom acabamento geral; embora mais
recente, o painel do Civic (à direita) não esbanja modernidade diante do Vectra

O motorista encontra boa posição com facilidade em ambos, podendo ajustar a altura do volante (não sua profundidade) e no Civic também a do assento -- este confortável, com espuma de alta densidade, firme. Os principais comandos têm fácil acesso, mas no Honda o rádio/toca-CDs fica distante, mais perto do passageiro, e a qualidade de áudio perde para a do GM, que surpreende pelos graves. Continua