Como 2,0-litros, fui muito criticado, até mesmo aqui na fábrica brasileira. Tanto que no lançamento em Orlando, na Flórida, queriam me apresentar à imprensa em versão 3,0 apenas. Mas foi uma crítica sem motivo, pois eu conseguia chegar a 191 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em 11,5 s. Foi um jornalista que aconselhou algumas pessoas da fábrica a mudar de idéia e, por isso, acabei indo para Orlando com as duas versões de motor, onde agradei em cheio.

As virtudes do Omega, aliadas a um grande porta-malas e à praticidade de uma
station-wagon: a Suprema marcou época, especialmente nesta versão CD

Suprema, sem concorrentes   Minha irmã Suprema, uma station-wagon formidável, única, que estabeleceu novo padrão na categoria, chegou em abril de 1993. Nunca o Brasil havia visto uma perua com um elenco tão grande de boas características. Começava pelo grande porta-malas (540 litros até o encosto traseiro, 960 até o teto, podendo chegar a 1.850 com o banco rebatido), passava pelo espaço para cinco pessoas, pelos motores e chegava à tração traseira, ainda mais conveniente em um veículo destinado a rodar com muita bagagem.

Ela tinha até um eficiente mecanismo de nivelamento na traseira, mantendo a altura constante com qualquer carga. O sistema, pneumático por meio de bomba auxiliar, era automático e funcionava à perfeição. E trazia uma rede de separação entre o ambiente dos passageiros e da carga.

Também em 1993, em minha 'segunda casa' -- a GMB --, meus pais adotivos colocaram em mim um motor a álcool que era sensacional. Passei a ser o automóvel 2,0-litros de quatro cilindros e oito válvulas mais potente do mundo: nada menos que 130 cv, que fizeram de mim um expoente em desempenho. Eu beirava os 200 km/h. Tratou-se da primeira injeção multiponto em motor a álcool. Infelizmente não fui apreciado como eu esperava, pois naquela época as pessoas já não queriam carros movidos pelo combustível vegetal.

Embora sem o mesmo brilho no desempenho, a Suprema GLS agradava em cheio. A suspensão traseira possuía nivelamento automático conforme a carga transportada

Em 1994 tentaram me tornar mais acessível, sobretudo aos taxistas e a grandes famílias que sentiam saudades do Opala. Eu ganhava a versão GL, de acabamento bem simplificado, com a mesma mecânica da GLS. Pouco depois aparecia na série especial Omega (e Suprema) Diamond, em cor vinho, praticamente um GLS com o motor de 3,0 litros do CD. Nesse mesmo ano passei por mudanças de estilo importantes na Europa (leia mais abaixo), tornando-me mais arredondado, seguindo as tendências mundiais de estilo. Devo admitir que fiquei mais bonito.

Mais torque   No modelo 1995 passei por mudanças mecânicas no Brasil. O motor 2,0 crescia para 2,2 litros, através de maior curso dos pistões (de 86 para 94,6 mm), sem aumentar potência. O objetivo era ganhar em torque e elasticidade, plenamente atingido: de 17,3 m.kgf passava a 20,1 m.kgf ao mesmo regime de 2.800 rpm. Recebia também ignição direta, sem distribuidor, e alterações em órgãos auxiliares. Pena que minhas bielas tenham aumentado pouco, de 143 para 148 mm, piorando a relação r/l e deixando meu funcionamento um pouco áspero. Continua

Evolução
O Omega que conhecemos aqui saiu de produção na Europa já em 1994, quando ainda era novidade para nós. O novo modelo tinha linhas mais arredondadas e espaço interno ainda maior. O motor de seis cilindros adotava a disposição em "V", mais compacta, passando a 210 cv com os mesmos 3,0 litros. Havia também um 2,5-litros de 170 cv, mais tarde adotado no Vectra (e que a GM prometia lançar aqui, mas nunca o fez), além de versões quatro-cilindros (2,0 de 115 e 136 cv) e turbodiesel (2,5 de 130 cv, de origem BMW). (F.S.)

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