O seis-em-linha de 3,0 litros havia deixado de ser produzido em meu país de origem, para dar lugar a um V6 de mesma cilindrada. Como era importado, meus pais adotivos resolveram trocá-lo pelo conhecido 4,1-litros, uma herança de meu antepassado Opala, atualizando-o quanto ao sistemas de alimentação e injeção. Os ingleses da Lotus Engineering reduziram o peso de todas as peças móveis, aplicaram um novo cabeçote com dutos de admissão individuais e moderna injeção seqüencial.

O velho motor 4,1 do Opala retornava, com outra aparência e amplas modificações. Mais que a potência de 168 cv, seu torque de 29,1 m.kgf agradou aos que não aprovavam o 3,0 anterior

Apesar dos 168 cv obtidos, 3 cv a mais que antes, o resultado não foi dos melhores e perdi um pouco do brilho. Mas ganhei bastante em torque (29,1 m.kgf a 3.500 rpm) e consegui manter minha condição de mais completo veículo nacional. Fiquei até mais requintado com um sutil spoiler em meu porta-malas, novas rodas de bonito desenho, lanternas fumê, apliques de madeira no console e nas portas, retrovisor interno fotocrômico e terceira luz de freio composta por LEDs -- tudo isso na versão CD apenas.

Um ano depois vi, consternado, o fim da minha irmã Suprema, algo inesperado e sem sentido. Ela era, de longe, o máximo que se poderia comprar em perua nacional, comparável às melhores existentes no mundo. Consta que as concessionárias Chevrolet pediram a meus pais adotivos para que a tirassem de produção, o que constitui o absurdo dos absurdos. Não terem conseguido vender a Suprema é a maior evidência de que muito precisa ser feito na rede que me vendia.

Em 1997 recebi um volante de direção menor, de 38 cm de diâmetro, e fiquei muito melhor de ser dirigido. Antes eu possuía um volante enorme, de 40 cm, bem ao jeito dos alemães, que não era o ideal. Mas nesse ano-modelo a famosa redução de custos tirou-me, na versão 2,2, a cortina pára-sol traseira e as luzes de estacionamento (separadas, esquerda/direita), úteis e charmosas.

Assim como o sedã, a perua Suprema recebia os novos motores e, na versão CD, belas rodas e lanternas traseiras fumê

No ano seguinte passei a ter interruptor para o travamento central de portas, localizado no painel, um útil sistema de proteção contra descarga de bateria e rodas de desenho um tanto esportivo, de cinco raios, que destoavam de minhas linhas sóbrias e requintadas.

E não me quiseram...   Não tive ano-modelo 1999. Meus pais adotivos julgaram melhor decretar o meu fim e trazer um primo da Austrália, que herdou o meu nome topo-de-linha, Omega CD. Acho que cometeram um grande erro. Afinal, eu estava sozinho no mercado brasileiro como carro de maior porte, os taxistas me veneravam e até hoje não tiveram um substituto à altura. Fora o fato de eu ser o carro ideal para famílias de cinco pessoas. Continua

Em escala
O Lotus Omega foi alvo de pelo menos dois fabricantes de miniaturas. A SMTS o oferecia como kit para montar ou como modelo completo, e a Minichamps, apenas completo. Ambos na escala 1/43, relativamente detalhados -- e pretos, é claro. Não menos interessante é a miniatura do esportivo HSV GTS (foto), em escala 1/18, hoje vendida na Austrália pela própria HSV -- Holden Special Vehicles. A precisão dos detalhes externos, internos e mecânicos surpreende. (F.S.)

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