Cheguei ao mundo com motores 3,0-litros de seis cilindros, 2,0 e 1,8 de quatro cilindros, além do diesel tão popular na Europa. No Brasil, surgi com os dois primeiros apenas. O 2,0 desenvolvia 116 cv e era o mesmo de meu primo Monza, só que com posição longitudinal e injeção mais moderna: em vez da Bosch LE-Jetronic, usava a Motronic, de processamento digital, com sensores de oxigênio no escapamento e de detonação.

O brilhante seis-cilindros de 3,0 litros: embora criticado pelo torque em baixa rotação, o Omega CD chegava a 220 km/h nos testes da imprensa e podia rodar por horas em torno dos 200, caso estivéssemos em seu país de origem

O 3,0 não era tão moderno como o 2,0, pois usava cabeçote de ferro fundido (e não de alumínio) e fluxo normal, em vez de cruzado. Mas neste país estabeleceu novos padrões. Com 165 cv de potência (12 cv a menos do que na Europa, pois a gasolina daqui não me caía tão bem quanto a de lá), revistas especializadas registraram 220 km/h de velocidade máxima, 10 km/h a mais do que meus próprios pais anunciavam.

As acelerações sempre foram fantásticas (de 0 a 100 km/h em 9,5 s), embora alguns reclamassem que havia pouca potência em baixas rotações -- o torque máximo de 23,4 m.kgf era atingido apenas a 4.200 rpm. Uma das razões era o pequeno curso dos pistões, apenas 69,8 mm. Por outro lado, isso resultava em baixa velocidade de pistão no regime de potência máxima -- apenas 13,5 metros por segundo a 5.800 rpm -- e me tornava apto a trafegar por horas à média de 200 km/h, como se fazia e se faz em meu país de origem.

O volante de duas massas absorvia vibrações do virabrequim, garantindo um funcionamento suave. E, como o 2,0, estava quatro anos adiantado em termos de controle de emissões, pois já atendia à fase 3 do Proconve. Era mesmo um motor fabuloso -- e até hoje vêem-se esses veículos impecavelmente conservados na mão de seus exigentes proprietários, que não os vendem por nada.
Continua

Lotus: um Omega de 377 cv
O Omega foi base para um dos sedãs esportivos mais velozes já oferecidos sob a chancela de um grande fabricante. Em 1989 a Lotus Enginnering, divisão da marca britânica então pertencente à GM, transformou o Opel Omega alemão (e seu similar com volante à direita, o Vauxhall Carlton britânico) nos Lotus Omega e Carlton, uma série limitada de altíssimo desempenho. Apenas 1.000 unidades foram fabricadas.
O motor de seis cilindros, 3,0 litros, duplo comando e 24 válvulas foi ampliado para 3.638 cm3 e recebeu dois turbocompressores, passando de 204 para 377 cv de potência, com torque máximo de 57,9 m.kgf. O câmbio manual de seis marchas de Chevrolet Corvette, com a sexta extremamente longa (0,50:1), transmitia essa força às rodas traseiras de 9,5 x 17 pol, com pneus 265/40 (à frente, 8,5 x 17 pol e pneus 235/45), levando seus 1.497 kg de 0 a 96 km/h em 4,9 s e atingindo 281 km/h.
Para alojar as largas rodas, o corte reto dos pára-lamas posteriores era modificado, ganhando um arco bem destacado. A aparência beneficiava-se ainda de pára-choques mais agressivos, aerofólio traseiro e vidros escuros, compondo um estilo irretocável com a pintura quase sempre negra. Seria até hoje o objeto do desejo dos admiradores do Omega se não existissem, na Austrália, versões igualmente potentes do Holden Commodore. (F.S.)

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