Outro efeito notável da geometria da suspensão traseira é o efeito anti-afundamento ao se arrancar forte, em que a parte de trás do veículo não abaixa. O motorista pode me acelerar com vigor sem que ele tenha a desagradável sensação de ter a traseira 'afundando'.

Um ótimo conjunto mecânico o tornava insuperável no comportamento em curvas.
A transmissão automática foi a primeira com três programas de funcionamento

Na minha dianteira aplicaram uma suspensão McPherson dotada de conceito de segurança dinâmica, destinada a anular os efeitos de forças desiguais nas rodas -- como frear quando estou com o lado direito num acostamento de grama e o esquerdo no asfalto. Na geometria de direção foi aplicado o recurso do raio de rolagem negativo, enquanto as buchas de suspensão foram calculadas para permitir acentuado deslocamento longitudinal da roda sem implicar mudanças de esterço.

A bucha dianteira teve seu eixo passado de horizontal a vertical, produzindo a complacência para produzir esse efeito benéfico. O estabilizador dianteiro já incorporava conexão separada, sistema que hoje é universal. Tudo isso resultou numa marcante insensibilidade às más condições de piso quando sou dirigido de maneira mais esportiva.

Como a tração é traseira e não existe acionamento das rodas dianteiras, foi possível proporcionar-me grande ângulo de esterçamento. Graças a isso, consigo ser manobrado em espaços apertados, uma característica que todos os que me dirigem simplesmente adoram. Eles têm a impressão de estar dirigindo um carro menor do que realmente sou. Chego a superar meu primo Vectra nesse aspecto, que tem distância entre eixos 9 cm menor e menos 30 cm em comprimento total.

Além das vantagens de transmissão da potência ao solo, a tração traseira permitia um diâmetro de giro muito reduzido, próximo ao de um Uno

Bom de dirigir   Bem, já deu para sentir que fui feito para ser dirigido por quem aprecia essa técnica misturada com arte. A posição do motorista é perfeita, com todos os controles ao fácil alcance. O volante de direção está na posição correta, mas pode ser ajustado em altura -- como o podem os quatro cintos de segurança retráteis de três pontos, algo inusitado no ano em que nasci.

A alavanca de câmbio está no lugar certo, tem curso e toque perfeitos e -- outra primazia minha -- a marcha à ré é sincronizada. Ninguém jamais ouvirá a clássica arranhada de marcha ao passar à ré rapidamente. Parece que os que me fizeram pensaram mesmo em tudo. Na versão CD, oferecia também transmissão automática de quatro marchas e controle eletrônico, a primeira no Brasil com três programas de funcionamento: econômico, esportivo e de inverno.
Continua

Projeto 1750
No final dos anos 80 a GM brasileira estava sendo cotada pela matriz americana para produzir uma linha de minivans (míni pelo padrão deles...), com fins de exportação, mas que provavelmente seriam vendidas também no mercado interno, à época inexplorado por esse tipo de veículo. Enquanto a decisão era tomada, caminhava o projeto de um sedã de luxo para suceder ao veterano Opala, e a opção foi por utilizar a mesma plataforma das minivans.

O projeto 1750, como era conhecido internamente, previa um modelo semelhante ao Omega, mas de formas
ainda mais arredondadas, já que seria lançado cinco ou seis anos depois da introdução deste na Europa. Entretanto, a GMB não ganhou a concorrência pelas vans e preferiu não investir em um carro inédito, ficando mesmo com o Omega desenvolvido pela Opel.

Um modelo do 1750 (foto) chegou a ser exposto em salões e eventos. E uma das minivans -- a Chevrolet Lumina APV, clone da Pontiac TransSport e da Oldsmobile Silhouette -- acabou aparecendo por aqui, em pequena quantidade, como um dos primeiros importados da GM, em 1991. (F.S.)

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