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Carros do Passado

Obra de Gandini   O estilo do Khamsin é único: a última evolução do supercarro italiano de motor dianteiro, algo que nem o moderno Ferrari F550 Maranello conseguiu superar. O carro é da era dos grandes estilistas italianos, época em que pessoas como Gandini, Giugiaro, Scaglione e outros ainda mantinham uma batalha pessoal sobre quem era o melhor. Nesse ponto, o Khamsin é a última arma de Marcello Gandini na batalha com seu maior rival: Giugiaro.

Motor à frente, cabine recuada: uma configuração que os supercarros
italianos só voltaram a usar em 1997, com o Ferrari F550 Maranello

O carro que o Khamsin substituiu em 1972 era o famoso Ghibli, uma das maiores criações de Giugiaro. Apesar de belíssimo, este não é tão dramático como o Khamsin. O carro de Gandini, mais anguloso (como o Countach da mesma época), é de um desenho simples mas com toques de gênio: dois volumes básicos, bem definidos por linhas quase sem curvas, separados por um "chanfro" suave por toda sua extensão. Magnífico! Enquanto o Ghibli é suave, um Khamsin é feroz até parado.

O motor dos dois carros, porém, é o mesmo. Não importam os famosos seis-em-linha da década de 50/60, nem os propulsores atuais: se todo Ferrari de verdade deve ter 12 cilindros em V, um Maserati só pode ter um V8 de no mínimo 4,0 litros. O do Khamsin tinha 4,9 litros, duplo comando no cabeçote, lubrificação por cárter seco e um glorioso quarteto de Webers corpo-duplo, para produzir 320 cv a 5.500 rpm e um prodigioso torque de 49 m.kgf distribuído generosamente em todas as faixas de rotação, culminando a 4.000 rpm.

O V8 de 4,9 litros era evolução do lançado no 450S, que foi o motor dianteiro de competição mais potente até os anos 90. No Khamsin desenvolvia 320 cv e um torque generoso

Construído totalmente em alumínio, esse motor foi lançado em 1956 no famoso 450S (com 4,5 litros e 400 cv), que foi o mais potente carro-esporte de competição com motor dianteiro até o Panoz LMP da década de 90. Mais tarde seria usado em todos os carros de rua da empresa realmente importantes (5000 GT, Bora, Ghibli, Khamsin, Quattroporte), e continua até hoje um exemplo de suavidade e força a qualquer rotação. Ao contrário dos V12 "Colombo" de 3,0 litros que definiram a Ferrari como marca, o Maserati V8 é também um prodígio em elasticidade, além de eficiente nas altas rotações.

Esse excelente propulsor foi montado em um carro muito bem pensado. Em relação ao Ghibli que substituiu, o motor ficava ainda mais recuado no chassi, situando-se totalmente atrás do eixo dianteiro. Estava também mais baixo no carro, devido ao cárter seco. Acoplado a ele, a transmissão padrão dos supercarros italianos da época: a caixa ZF de cinco marchas. Opcionalmente, uma automática de três velocidades era oferecida, principalmente para satisfazer ao público americano. 

O interior aproveitava componentes de carros bem mais baratos, comprometendo o conjunto, mas oferecia o conforto esperado em longos percursos

As suspensões também eram de primeira linha: duplo "A" de comprimentos diferentes (double wishbone) nos quatro cantos, algo muito sofisticado e caro para a época, porque tornava necessário um diferencial fixo, semi-árvores e juntas homocinéticas na traseira. Se fosse adotado um eixo rígido, como o do Ghibli, poderia ser comprado completo "da prateleira" de algum fornecedor. Continua

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