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Carros do Passado

Quando sua produção terminou, o mundo dos supercarros italianos era muito diferente de quando nasceu. Em 1982 a Maserati já estava imersa num curso de ações totalmente diverso. O Khamsin se mantinha em produção como uma lembrança de um tempo em que as estradas tinham menos tráfego, os limites de velocidade não existiam ou não eram seguidos, e os playboys europeus cruzavam o continente em velozes e extrovertidos cupês italianos.

Técnica sofisticada: além do desempenho dos quatro carburadores Weber e do duplo comando, o Khamsin utilizava moderna suspensão independente com duplo "A" de comprimentos diferentes, em vez do antigo eixo rígido traseiro de seu antecessor, o Ghibli

Naquele tempo, poucos veículos anunciavam sua chegada com tanta classe quanto um Maserati V8. Helicópteros eram para resgate e salvamento e ninguém imaginava que um dia eles efetivamente substituiriam carros como o Khamsin...

Mas como acabou aquele encontro com o Khamsin preto nas montanhas Eifel? Como o leitor pode imaginar, assim que uma reta longa apareceu... Mas com um toque especial: na última curva que fizemos juntos, o motorista do Maserati acelerou cedo, logo que viu que a curva culminaria em uma longa reta. Os altos Pirellis Cinturato posteriores guincharam em protesto e soltaram fumaça, enquanto a traseira se deslocava para fora e o motorista contra-esterçava.

O enorme Maser terminou a curva atravessado, mas na direção correta, marcando o asfalto com um grito demente do glorioso V8. Dali em diante, foi como se eu tivesse pisado nos freios do Bravo, apesar de manter a aceleração total... Pela "janela" traseira, pude ver um pequeno aceno de adeus do sortudo piloto do fantástico Maserati preto. Com o grito do V8 ecoando novamente pelas montanhas Eifel, acordando os fantasmas dos 450S que travaram memoráveis batalhas naquele circuito, dei um belo suspiro de inveja, e logo após pude avistar o Nürburgring Nordscheife.

Um encontro inesquecível com um carro que merece o mesmo adjetivo: o último Maserati dos bons tempos da marca, que parecem estar voltando nesta virada de milênio

Os deuses do automóvel certamente me acompanhavam, pois nesse exato momento o rádio captou os acordes iniciais de Knocking on heaven's door, cantada pelo bardo preferido do profeta Gordon Murray: Bob Dylan. Poucos dias são completamente perfeitos em nossas vidas, mas esse chegou perto. Para melhorar, só trocando de lugar com o motorista daquele belo, feroz e inesquecível Maserati Khamsin.

Ficha técnica
MOTOR - central-dianteiro, longitudinal; 8 cilindros em V; duplo comando nos cabeçotes, 2 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 93,9 x 89 mm. Cilindrada: 4.930,6 cm3. Taxa de compressão: 8,7:1. Quatro carburadores Weber 42 DCNF de corpo duplo. Potência máxima: 320 cv a 5.500 rpm. Torque máximo: 49 m.kgf a 4.000 rpm.
CÂMBIO - manual, 5 marchas; tração traseira.
SUSPENSÃO - dianteira e traseira, independente, braços sobrepostos de comprimentos diferentes.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado, traseiros a disco.
RODAS - 7,5 x 15 pol; pneus, 215/70 VR 15.
DIMENSÕES - comprimento, 4,4 m; largura, 1,8 m; altura, 1,2 m; entreeixos, 2,55 m; peso, 1.635 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 270 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 6,5 s (dados aproximados).

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