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Carros do Passado

É sempre é difícil desenhar um veículo grã-turismo, com motor dianteiro de grandes proporções, mas Fioravanti tinha uma fórmula. Deslocando o motor para trás o máximo possível, podia desenhar uma frente em acentuada cunha, além de melhorar a distribuição de peso entre os eixos e, com isso, a estabilidade. A traseira, por outro lado, deveria ser simples e curta, no estilo fastback, para bem harmonizar com o longo capô.

Venceu a 24 Horas de Daytona em 1973 e até em 1979, seis anos depois do fim de sua produção. Aqui, um "Daytona" em uma prova de carros clássicos
Os primeiros modelos foram produzidos com os faróis cobertos por uma proteção de plástico transparente (plexiglass). Em meados de 1971, com as vendas voltadas ao mercado norte-americano, passaram a ser equipados com faróis escamoteáveis. Mas as luzes de direção se mantiveram inalteradas e se transformaram numa das marcas deste carro.

Quando de seu lançamento, o 365 GTB/4 foi alvo de muitas críticas. A imprensa chegou a dizer que o motor dianteiro em carros desse tipo era uma fórmula ultrapassada. Mas a Ferrari respondeu aos críticos da melhor maneira, com desempenho da melhor qualidade. Aliás, superior ao do Lamborghini Miura -- nada mau para um veiculo de concepção "ultrapassada".
A versão conversível 365 GTS/4 teve grande demanda, mas produção muito reduzida -- e proprietários do cupê recorriam a adaptações, algumas de qualidade surpreendente

O coração desta máquina era uma evolução do motor projetado por Gioacchino Colombo no final dos anos 40: um V12 a 60º de 4,4 litros, com duplo comando de válvulas para cada cabeçote, desenvolvendo 352 cv de potência e 44 m.kgf de torque. Como o 275 GTB/4, adotava lubrificação por cárter seco e seis carburadores de corpo duplo Weber -- mas o motor era 1,1 litro maior e 52 cv mais potente que o de seu antecessor.

O câmbio de cinco marchas, todas sincronizadas, ficava na traseira -- um transeixo --, melhorando a distribuição de peso. E para parar e segurar esta máquina na pista, utilizava freios a disco ventilado e suspensão independente com braços superior e inferior nas quatro rodas, sustentados por um chassi tubular de grande rigidez.

Como na maioria dos Ferraris, o interior do 365 GTB/4 combinava caracteres esportivos com o requinte e o conforto de um cupê de luxo
Até o lançamento do atual F550 Maranello, o 365 GTB/4 foi considerado o melhor GT com motor dianteiro já construído. Possuía um desenho marcante, com personalidade, comportamento dinâmico muito bom e desempenho assombroso. Afinal, poderia ultrapassar qualquer limite de velocidade do mundo apenas usando sua terceira marcha, a 140 km/h, com a quarta chegando a 225 km/h.

Um vencedor nas pistas

O 365 GTB/4 só alcançou o número mínimo de exemplares (25) exigido pela FIA para homologação no Grupo 4, em 1971. Foram então produzidas 15 unidades de competição (em três séries de cinco) e mais um protótipo, que possuíam potência acima dos 400 cv, sendo que os dois últimos produzidos chegavam a mais de 450 cv. Seis unidades de produção normal foram também transformadas para as pistas pela fábrica.

Doze cilindros, seis carburadores de corpo duplo, lubrificação por cárter seco, 352 cv de potência: mecânica sofisticada e desempenho elevado mesmo para os padrões de hoje

O modelo teve grande sucesso nas pistas. Em Le Mans, ficou com os lugares de 5º. a 9º. em 1972, 6º. e 9º. em 1973 e 5º. e 6º. em 1974 na classificação geral, sendo que venceu em sua categoria nos anos de 1973 e 1974. Observe-se que competia contra protótipos produzidos especialmente para esta competição.

O 365 GTB/4 venceu ainda sua categoria na 24 Horas de Daytona em 1973, assim como a 9 Horas de Kyalami de 1972, no geral, e o Campeonato Francês de Subida de Montanha em 1977, além de ficar em 2º. lugar no tradicional Tour de France de 1972. Pilotos como Jacques Laffite e Al Unser tiveram em suas mãos o 365 GTB/4. Em 1979, seis anos depois do encerramento de sua produção, um modelo de competição ainda obteve o segundo lugar na 24 Horas de Daytona!
Continua

Em escala
por Francis Castaings
Constavam do catálogo do fabricante de miniaturas francês Solido, em 1978 e 1979, três opções de Ferrari 365 GTB/4 para montar. Em escala 1/43 na cor amarela, número 36, e as outras duas na cor vermelha, com os números 46 ou 71. Nestas, não faltam decalques para decorar a gosto. Já montado, na cor vermelha da equipe N.A.R.T. (North American Racing Team), com o número 54, ou branca da equipe da concessionária francesa da marca, a CH. Pozzi France. Nesta, que tem faixas vermelhas, os patrocinadores são Thomson, Bic e Shell. Vem com o número 118 e as portas se abrem. É muito bonita e fiel em detalhes internos e externos.

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