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Clássicos

A história sempre viva

Clubes de automóveis antigos são importante
elemento na preservação dos veículos do passado

Texto: Alexandre Reis*

A paixão remove montanhas e ajuda a manter acesa a chama da história. Pode-se sintetizar nesta frase o que significa um clube de automóveis antigos, sua importância e seu maior objetivo. Eles estão espalhados por quase todo o Brasil, mas os maiores, mais fortes e mais antigos estão no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre. 

Graças a eles, o rico passado da indústria automobilística mundial se mantém vivo no País. Vê-se isso nas feiras e encontros anuais realizados pelos clubes e pela Federação Brasileira de Veículos Antigos, a exemplo do famoso Encontro Nacional de São Lourenço, MG, em que colecionadores e fãs se confraternizam e trocam informações. Ou ainda na televisão, onde os carros antigos costumam desfilar em comerciais e novelas.

Modelos de variadas marcas e procedências são aceitos por muitos clubes, que chegam a ter sócios sem automóvel

O Veteran Car Club da capital carioca foi o primeiro a surgir, no início da década de 60, e reúne apaixonados e colecionadores de todas as marcas. Nele, assim como nos outros, é possível se filiar mesmo se o interessado não tiver carro. Hoje, existem clubes homônimos em Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte. O Veteran Car Club do Ceará possui até um museu, o primeiro de automóveis antigos do Brasil e um dos sete em funcionamento atualmente.

Já o Chevrolet Clube de Carros Antigos, fundado em 1985, é o que oferece a maior estrutura e conta inclusive com sede própria, em São Paulo. Apenas proprietários de veículos Chevrolet podem entrar na agremiação e receber publicações, informações sobre restauração e até mesmo saber onde encontrar peças de manutenção -- uma das principais dificuldades dos colecionadores.

Dois meses após sua criação, o clube promoveu o primeiro Encontro de Veículos da GMB e uma série de eventos. Em 1988 foi entregue aos associados o número inaugural do Chevy Mania, boletim informativo que hoje é uma revista. A entidade também promove passeios e tem autorização para fazer a vistoria que visa à obtenção do Certificado de Originalidade para os veículos antigos.

A placa preta atesta a originalidade e estado de conservação de carros a partir de 30 anos, como este Fusca conversível

FBVA e Certificado de Originalidade   Para se obter o tão cobiçado "selo" de garantia de originalidade daquele Chevrolet 52 guardado na garagem -- a placa preta --, não basta fazer parte de uma agremiação de automóveis raros: é preciso também que o clube e o próprio dono da pérola sejam associados à Federação Brasileira de Veículos Antigos, entidade sem fins lucrativos sediada na capital paulista, hoje com aproximadamente 1.500 sócios, 8.000 veículos e 36 clubes.

A placa preta, ou Certificado de Originalidade, é concedida pelo Denatran e foi regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito, ainda no Código de Trânsito anterior ao atual. O licenciamento especial a partir deste certificado permite aos veículos antigos com mais de 30 anos manterem suas características originais e serem dispensados da Inspeção Veicular. Os clubes autorizados e filiados fazem a avaliação do automóvel (a maioria não cobra por isso) e enviam o pedido de emplacamento para a fede
ração, que por sua vez solicita aos órgãos de trânsito competentes. Continua

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*Alexandre Reis é jornalista em Salvador, BA - e-mail

Fotos: Carlos Guimarães (Fusca) e Fabrício Samahá (outras)