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Carros do Passado

Os anos se passavam e o carrinho não era mais ridicularizado, porque os números de venda subiam de forma sensível. Era econômico, de acordo com a necessidade real de uma população sem dinheiro e arrasada pela guerra. Uma população que queria um veículo simples, com mecânica eficiente e prática, robusto e capaz de carregar quatro pessoas e alguma carga. Chegava a rodar 300 mil quilômetros sem maiores problemas.

O 2CV 4 (centro) trazia faróis retangulares e janelas adicionais nas colunas traseiras,
que o modelo básico (esquerda) não tinha. À direita o Dyane, evolução do 2CV

Seus assentos eram em tecido rústico mas confortáveis, a suspensão elástica. O teto corrediço de pano podia ser todo aberto, para carregar volumes mais altos dentro da carroceria ou para aproveitar o sol quando aparecesse no verão europeu. O interior tinha o mínimo necessário; o painel tinha poucos botões e mostradores.

Sua suspensão não poderia ser mais original. Era independente nas quatro rodas, por meio de braços "empurrados" na frente e arrastados atrás, com uma grande mola helicoidal unindo os braços de um mesmo lado. A mola funcionava por expansão e não por contração. Os amortecedores era ainda mais singulares, consistindo de um cilindro contendo um peso na extremidade de cada braço. Esse peso, ou massa, "batia" dentro do cilindro em meio a um fluido, controlando as oscilações da suspensão. Era chamado, por isso mesmo, de batteur, batedor. Funcionava muito bem.

Já em 1958, a primeira variação: o Sahara, com dois motores e tração integral

Outras particularidades do 2CV eram o limpador movimentado a partir do cabo do velocímetro -- maior a velocidade, mais rápida a varrida da água da chuva -- e os freios dianteiros junto à transmissão, em que o freio de estacionamento atuava nas rodas motrizes dianteiras. Esta solução chegou até o XM, ZX e Xantia.

O volante de um só raio, tradição da fábrica francesa, apareceu só mais tarde. Mas a alavanca de câmbio sempre saiu do painel, perpendicular a este. No modelo de 1954 a cilindrada subia para 425 cm3 e a velocidade final chegava a 70 km/h. As rodas mudaram a cor para um amarelo pálido.

Cocorico, uma das séries especiais

Em março de 1958 era apresentada no subúrbio de Paris, na cidade de Ermenoville, a primeira versão especial: Sahara. Tinha dois motores de 425 cm3 -- um na frente, outro atrás -- e tração integral. Os braços de suspensão eram reforçados, a bateria passava de 50 para 60 ampères e era equipado com dois dínamos. A alavanca de marchas era montada no assoalho. Seu objetivo eram os terrenos acidentados. Foram produzidos 693 exemplares do Sahara até 1966 e um último, de número de série 694, em 1971.

Em 1959, além do cinza, era oferecido na cor azul glacial. Em 1960 já dispunha do verde e do amarelo. Três anos depois, a potência saltava para 18 cv e a velocidade máxima passava a ser de 95 km/h. Cinco anos mais tarde os pedais passavam a ser suspensos. As instruções de manutenção ficavam no pára-sol e vinham em três idiomas.

Em 1988, já perto do fim, a Citroën produzia o 2CV 6, com motor de 29 cv

Em agosto de 1967 era lançado o Dyane, nada mais que um 2CV com carroceria mais moderna. Seu motor tinha 602 cm3, 32 cv e velocidade máxima de 120 km/h. O preço também era maior. Não se pode deixar de citar o Ami 6, também uma variação do 2CV no plano mecânico, lançado em 1961.

No ano seguinte a família crescia com a chegada do simpático e eficiente jipinho Mehari, veículo utilitário e de passeio, projetado sobre a plataforma do Dyane. A carroceria era em plástico ABS e a tinta era misturada à própria massa. Tinha versão dois-lugares, deixando a caçamba livre, ou 2+2 (com local para duas crianças). Era uma opção barata e prática de um veículo fora-de-estrada.

O interior foi aperfeiçoado com o tempo, mas sempre mantendo-se espartano e prático.
O volante de um só raio, característico da Citroën, também foi adotado

Em 1970 era lançada a versão 2CV 4, com 435 cm3, 26 cv de potência e velocidade máxima de 102 km/h. Diferenciava-se da versão básica 2CV Spécial por ter duas janelas laterais a mais, posicionadas na terceira coluna, faróis retangulares, assentos mais modernos e cinzeiro. Em abril de 1976 era lançada a versão Spot, limitada a 1.800 exemplares, para comemorar os cinco milhões de 2CV e suas variações fabricados desde o lançamento.

Em 1984 havia três versões: Club, Spécial e Charleston. A Club trazia faróis retangulares e as duas últimas redondos, como os primeiros modelos de sucesso. Tinham freios dianteiros a disco, amortecedores hidráulicos e suspensão de grande curso. No ano seguinte chegava a versão Dolly, com dois tons na carroceria e várias combinações de cores. Continua

Em escala
A versão Sahara da Marjorete vem na cor laranja, a cobertura do teto em tecido toda aberta, protetores de pára-choques na frente e atrás. Na escala 1/24, a Maisto tem um modelo na cor bege muito detalhado. A Vitesse fez recentemente uma produção limitada a 2.500 exemplares do modelo 2CV de 1948. Fidelíssimo.

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