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Homônimos sobre rodas

Além de Fusion e Fox, muitos outros nomes já foram usados
pelos fabricantes em diferentes tempos ou mercados

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Os brasileiros que, depois de conhecer o Fusion — sedã de luxo da Ford, produzido no México e agora vendido no Brasil —, visitarem algum dos sites europeus da marca podem ter uma surpresa: o Fusion disponível naquele continente, um misto de perua e utilitário esporte, é na verdade a base para o EcoSport nacional. E, salvo pelo nome e o fabricante, nada tem em comum com seu homônimo feito do lado de cá do Oceano Atlântico.

O uso de nomes iguais, ou muito parecidos, por diferentes modelos é mais comum do que se imagina. Um caso familiar por aqui é o do Volkswagen Fox, que reeditou o nome com que o Voyage foi vendido, de 1987 a 1992, nos Estados Unidos e no Canadá. E não só: os americanos também tiveram, na década de 1970, um Fox da Audi, versão local do modelo 80.

Antes mesmo do Voyage enviado pelo Brasil, Fox já
era usado nos EUA pela versão local do Audi 80, acima;
no alto, os Fusions europeu e americano da Ford

É fácil entender a razão desse aproveitamento. Definir um bom nome para um automóvel é tarefa árdua para o fabricante: além de requisitos técnicos, como a fácil pronúncia nos idiomas de todos os países onde o carro será vendido, é preciso atender a fatores como a imagem que se busca para o produto e, claro, a possibilidade de uso do nome sem infringir patentes de outras empresas. Algumas marcas tiveram de rebatizar modelos, em mercados específicos ou mesmo no mundo todo, por não ter observado esta regra.

Em alguns casos, o que parece acontecer é que uma divisão da empresa encontra um nome tão bom que, cedo ou tarde, acaba sendo aproveitado por outras divisões ou em diferentes países. Um exemplo é Monza: antes de ser adotado aqui pela Chevrolet (1982), já denominava um cupê da alemã Opel (1978) e um sedã da Chevrolet americana (1974), ambos diferentes do carro nacional — sem falar da versão Monza do Corvair nos anos 60. Mais tarde, a filial sul-africana da GM chamou de Opel Monza a versão de três volumes do Kadett, enquanto a Chevrolet do México repetiu o nome no Corsa sedã local, similar a nosso Classic. Mas o primeiro carro Monza de que se tem notícia foi um modelo esporte da alemã DKW em 1956.

Em 1974 já havia um Chevrolet Monza americano,
bem diferente do brasileiro, assim como o Opel alemão

A mesma Opel lançou em 1967 o Commodore,
nome usado desde 1978 pelo Omega australiano

Ainda na GM, outros batismos foram reaproveitados. Belmont foi tanto um grande sedã da australiana Holden quanto o Kadett três-volumes da inglesa Vauxhall. Esta foi a primeira a usar em um pequeno sedã o nome Viva, mais tarde visto no Astra da Rússia (com a marca Chevrolet) e hoje no Daewoo Lacetti vendido na Austrália pela Holden. Chevrolet Lumina serviu tanto a um sedã grande quanto a uma minivan (com o sufixo APV) nos EUA, mas ainda é aplicado ao Holden Commodore — nosso Omega — em mercados do Oriente Médio.

Cavalier, adotado em 1981 pela Chevrolet americana, já denominava a versão Vauxhall do Opel Ascona em 1975. Commodore, aplicado em 1978 pela Holden, havia surgido em 1967 no cupê da Opel — e inspirou no Brasil o Comodoro, em 1976. O picape nacional Montana repete o nome de uma minivan da Pontiac. Também desta divisão era o grande Le Mans, da década de 1960, nome que reapareceu no Kadett vendido nos EUA no final dos anos 80. Na Austrália, o logotipo Monaro voltou ao cupê da linha Commodore depois de 20 anos ausente do mercado. Para os americanos ele é o Pontiac GTO, uma denominação marcante dos anos 60 e 70.

E por falar em Omega, olhe aí o da Oldsmobile em 1973

Na Buick, o nome Century preencheu quase todo o século (seu significado em português) passado: de 1936 a 1942, de 1954 a 1958 e de 1973 a 2005. Roadmaster, dos anos 30 aos 50, também reapareceu na década de 1990. Na Chevrolet, o Blazer de 1984 ganhou o batismo do antecessor lançado em 1969 com base nos picapes pesados — por isso o modelo menor chamou-se S-10 Blazer na primeira geração. Em 1973 já existia nos EUA um Omega, mas pela Oldsmobile e sem relação com o que a Opel lançaria 13 anos mais tarde. E Firenza foi tanto uma linha de compactos da "Olds", baseada no Cavalier, quanto um cupê da Vauxhall derivado do Viva. Continua

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Data de publicação: 15/8/06

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